Atleta brasileiro supera ofensas homofóbicas após Olimpíadas

O atleta brasileiro Caio Bonfim não conquistou medalhas na Olimpíada do Rio de Janeiro, mas algo tão bom quanto. Quarto colocado na prova de marcha atlética de 20 km, o jovem de 25 anos agora consegue treinar nas ruas sem ser insultado.

Casado com Juliana, Bonfim escutava ofensas homofóbicas frequentemente por causa do rebolado – movimento comum no esporte. “Bicha” e “viado” eram um dos xingamentos mais comuns de quem passava por ele.

O atleta considera o Campeonato Mundial de Atletismo seu maior desafio em 2017

A marcha atlética é uma modalidade em que o atleta necessita se movimentar o mais rápido possível sem poder correr. Assim, deve usar estratégias para manter um dos pés sempre no chão; uma delas é deslocar a pelve para baixo, o que gera o “rebolado”. O atual recorde mundial masculino na prova de 20 km é de 1h16min, o que equivale a uma velocidade de aproximadamente 16 km por hora.

Em entrevista ao UOL Esporte, o atleta explicou que o cenário preconceituoso mudou com os jogos olímpicos. “Depois da Olimpíada mudou bastante, pelo menos aqui em Brasília. Antes eu ouvia muita chacota e insultos. Agora não me chamam mais de bicha. Pelo contrário. As pessoas apoiam, me param e pedem foto e autógrafo. Mudou muito”, disse.

Mesmo com um maior reconhecimento, Bonfim ainda possui um patrocinador e recebe verba do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. No final de 2016, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) interrompeu seu plano de saúde.

Para 2017, o marchador considera o Campeonato Mundial de Atletismo seu maior desafio. O evento acontecerá em Londres, na Inglaterra, entre os dias 4 e 13 de agosto.