Atletas recebem prêmio como exemplos de espírito Paralímpico
Os atletas Ibrahim Al Hussein e Tatyana McFadden foram premiados como exemplos do espírito dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e receberão uma medalha de ouro puro. O prêmio Whang Youn Dai é entregue desde Seul 1988 pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
O nadador sírio Ibrahim, de 27 anos, é um dos dois atletas refugiados na Paralimpíada. Ele pratica o esporte desde os 5 anos, mas em 2013 foi atingido por uma explosão na tentativa de ajudar um amigo ferido e teve que amputar parte da perna direita.
Após o ocorrido, Al Hussein foi operado praticamente sem anestesia e mandado de volta para casa no dia seguinte, sem ter acesso a remédios para dor. Alguns meses depois, ele decidiu sair da Síria para buscar tratamento. Chegando à Turquia, viajou em um bote de borracha até a ilha grega de Samos e não teve mais contato com a família.
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Em 2014, quando entrou para um time de atletas com deficiência em Atenas, o nadador reconstruiu sua vida. Em nota ao Comitê Paralímpico, ele afirmou: “A dor física me faz querer competir, me dá energia. Eu não me importo de não comer ou não ter uma casa, mas não tire meu treinamento”.
A atleta Tatyana McFadden, de 27 anos, nasceu com espinha bífida, uma má formação congênita que a deixou paralisada da cintura para baixo quando vivia em São Petesburgo, na Rússia. Na infância, foi abandonada em um orfanato e não tinha cadeira de rodas.
Tatyana foi adotada pela americana Deborah McFadden, do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, e mudou-se para o país da América do Norte. Na escola, ela foi impedida de competir com os demais alunos. Diante disso, sua mãe moveu uma ação judicial que acabou levando à criação da “Lei Tatyana”, de acordo com a qual alunos com deficiência têm direito à prática esportiva como qualquer outro.
A paratleta, apelidada de “o monstro”, venceu todas as provas de 100m até os 500m no Mundial de 2013. A Rio 2016 é a quarta participação Paralímpica de Tatyana.
No prêmio, 21 atletas de 17 países foram indicados, e o IPC fez uma pré-seleção para chegar a seis nomes: Jose Luis Casas (Peru), Ibrahim Al Hussein (Independente, Síria), Ammar Ali (Iraque), Tatyana McFadden (EUA), Zulfiya Gabidullina (Cazaquistão) e Veronica Hipólito (Brasil).
Via Rio 2016