Atriz agredida pelo ex perdeu parte da audição e diz sentir medo
Cristiane Machado denunciou as agressões sofridas em entrevista ao "Fantástico"; Acusado está foragido da Justiça
A atriz Cristiane Machado, que atuou em algumas novelas da TV Globo, e que recentemente voltou aos noticiários após denunciar seu ex-marido, o empresário e ex-diplomata Sergio Schiller Thompson-Flores, por violência doméstica, revelou que perdeu parte da audição após ter o tímpano perfurado em decorrência de socos que levou na cabeça, e pede a prisão do acusado, que está foragido da Justiça.
Em entrevista para o canal do YouTube do ator Rodrigo Phavanello, Machado contou que está com o “tímpano perfurado” e que criou-se “um coágulo muito grande” no ouvido. “Ainda estou tratamento porque não consigo medir o quanto perdi da minha audição. Eu faço dublagem e dependo disso”, desabafou.
“Tenho muita medo da raiva dele, ainda mais que eu denunciei e estou falando isso em público. Tenho medo do que ele pode fazer contra mim. Escuto pessoas que falam com ele mesmo foragido sobre o ódio que ele tem. Ele usa WhatsApp, as redes sociais, como uma pessoa normal”, disse a atriz.
O advogado da artista, Sylvio Guerra, que também participou da conversa com Phavanello, declarou que foi feito um “apelo às autoridades para que se empenhem nas buscas para prender” o ex-diplomata que está foragido desde o dia 31 de outubro, segundo a própria defesa.
“Se ela continuar se sentindo insegura, vamos convocar através da Justiça uma proteção policial para ela”, afirmou o advogado.
Entenda o caso
No domingo, 18, o “Fantástico” da TV Globo, exibiu reportagem que mostra Cristiane Machado sendo violentamente agredida por Sergio Schiller Thompson-Flores. As imagens foram feitas através de câmeras escondidas no quarto do casal pela vítima. Nas cenas, é possível ver o agressor tentando enforcar a mulher com um fio de telefone. Para a defesa do acusado, as imagens foram editadas.
Machado e Thompson-Flores oficializaram união no ano passado. Não demorou muito e o primeiro episódio de agressão aconteceu, segundo depoimento da atriz. Em outra ocasião, além de bater na mulher, Schiller quebrou a casa e foi preso em flagrante, solto em seguida após pagar fiança. Na ocasião, a Justiça determinou que o mesmo não se aproximasse de sua esposa.
Segundo Mattos, que representa o ex-diplomata, Cristiane denunciou Thompson-Flores movida por interesses financeiros. Um contrato assinado pelo casal, homologado pela Justiça, prevê que a atriz, em caso de separação, receba R$ 400 mil. O valor tem um acréscimo de 200 salários mínimos se houver traição ou agressão. O advogado que representa a vítima, Sylvio Guerra, cobra R$ 605 mil por conta da separação.
A atriz contesta a tese do advogado de seu ex-marido, e diz que não consegue “entender que relação tem o contrato com uma tentativa de feminicídio, de uma agressão sem limites”.
Veja como denunciar a violência doméstica
No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.