Baleia é encontrada morta após ingerir 29 kg de plástico

Os pesquisadores concluíram que o animal morreu porque não conseguia expelir todo o material que havia engolido

12/04/2018 14:41 / Atualizado em 05/05/2020 10:15

A baleia foi encontrada morta na costa de Múrcia, sul da Espanha
A baleia foi encontrada morta na costa de Múrcia, sul da Espanha

Uma baleia da espécie cachalote, um dos maiores cetáceos do mundo, foi encontrada morta na costa de Múrcia, sul da Espanha. Após autópsia realizada no animal de seis toneladas, especialistas do Centro de Recuperação de Vida Selvagem El Valle encontraram dentro de seu estômago o equivalente a 29 quilos de sacos plásticos, um galão do mesmo material e pedaços de cordas e redes.

Os pesquisadores analisaram o corpo da baleia e concluíram que ela morreu porque não conseguia expelir todo o plástico que havia engolido. Esses materiais teriam bloqueado o sistema digestivo do animal e causado uma infecção no abdômen (conhecida por peritonite).

“A presença de plásticos nos mares e oceanos é uma das principais ameaças para a conservação da vida selvagem em todo o mundo, uma vez que muitos animais ficam presos em lixos ou ingerem grandes quantidades de plástico, o que lhes leva à morte”, declarou um porta-voz do meio ambiente do governo de Múrcia, segundo o site ScienceAlert.

A baleia pertencia à espécie cachalote, que está ameaçada de extinção. O animal tem o cérebro mais avantajado do que de qualquer criatura terrestre e vida útil de aproximadamente 70 anos.

29 quilos de sacos plásticos estavam dentro do estômago do mamífero
29 quilos de sacos plásticos estavam dentro do estômago do mamífero

Plástico nos oceanos

Estimativas dão conta de que 100 mil animais marinhos morrem todos os anos em decorrência da contaminação de plástico nos oceanos. Segundo pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, mais da metade das tartarugas do mundo já ingeriram plástico.

Cerca de oito milhões de toneladas do produto são despejadas nos oceanos anualmente, segundo estudo de pesquisadores da Universidade da Georgia, o equivalente ao despejo nos mares do conteúdo de um caminhão de lixo por minuto.

Segundo projeções, se o processo de contaminação dos oceanos por resíduos sólidos continuar a ser executado como atualmente, em 2050 haverá mais lixo do que peixes nos mares de todo o mundo.

As razões para tanto plástico chegar aos oceanos são a má gestão de resíduos sólidos pelos indivíduos e pelos governos e os baixos índices de eficiência, aplicabilidade e abrangência da reciclagem.

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