Banheiro feminino de escola no RJ é pichado com frase homofóbica

Diretora do colégio disse que abriu uma investigação sobre o caso

Pichação homofóbica em banheiro de escola na zona sul do Rio de Janeiro
Créditos: Reprodução
Pichação homofóbica em banheiro de escola na zona sul do Rio de Janeiro

Um dia após o primeiro turno das eleições, uma pichação homofóbica foi encontrada no banheiro do Colégio Franco-Brasileiro, no bairro Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro (RJ), nesta segunda-feira, 8.

A frase “sapatas vão morrer kkkk” foram encontrados por uma aluna do 2º ano, que procurou a diretora-pedagógica do colégio, Celuta Reissmann.

De acordo com o “G1”, uma investigação sobre o caso foi iniciada, já que a instituição foi um dos pontos de votação no domingo. Apesar disso, Celuta não descartou que o autor do vandalismo tenha sido um dos alunos do colégio.

“[A pichação] apareceu em um banheiro pequeno do prédio onde tem aulas de idiomas, música. Temos aulas nos sábados, então eu acho que pode ter sido algum aluno. Estamos analisando as câmeras de segurança dos corredores. A aluna que denunciou pra nós disse que se sentiu ameaçada, ficou com muito medo, principalmente diante do momento que nosso país vive”, disse à publicação.

A diretora disse ainda que enviou aos pais e familiares dos alunos uma carta informando que a escola não vai tolerar depredações ou preconceitos.

“É uma escola de 103 anos e não vamos admitir nenhum tipo de preconceito nem pichação. Nosso papel é formar um cidadão crítico, trabalhar com valores, somos uma escola laica. Sei que pode ter sido só uma brincadeira, mas não vai ser permitido, o aluno precisa aprender a respeitar”, decretou.

HOMOFOBIA É CRIME

O Brasil é um país em que a cada 19 horas uma pessoa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) morre e que mais mata travestis e trans em todo o mundo. Um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que levanta dados sobre assassinatos da população LGBT no Brasil há 38 anos, registrou 445 homicídios desse tipo em 2017. O número aumentou 30% em relação ao ano anterior, que teve 343 casos.

As denúncias que chegam pelo Disque 100 são encaminhadas a órgãos como centros de referência de combate à homofobia, a Defensoria Pública e o Ministério Público.