Bebês já nascem em clínicas de reabilitação para dependentes

Na Inglaterra, a cada dia, três crianças nascem afetadas pelo uso de drogas por parte da mãe

Bebês já vêm ao mundo sentindo efeitos da abstinência
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Bebês já vêm ao mundo sentindo efeitos da abstinência

Na Inglaterra, a cada dia, três bebês, em média, já nascem dependentes químicos, segundo informações do NHS, o serviço de saúde pública britânico. Entre 2014 e 2015, 1.087 crianças nasceram nessas condições no país. As informações são da BBC.

De acordo com a reportagem, o problema se repete por todo o Reino Unido. Na Escócia, entre 2012 e 2015, 987 bebês nasceram afetados pelo uso de drogas pelas mães e, no País de Gales, 75 casos entre 2015 e 2016.

As crianças nascem sofrendo dos efeitos da abstinência, conhecido como síndrome de abstinência neonatal, já que quase todas as drogas passam da mãe para a corrente sanguínea do feto durante a gestação.

No Brasil, o Ministério da Saúde informa que, nos últimos cinco anos, foram 76 casos, em média, por ano, de bebês registrados com sintomas de abstinência neonatal.

Segundo relato da BBC, há uma única instituição de caridade na Inglaterra que tenta manter pais e filhos recém-nascidos juntos durante o programa de reabilitação: a Trevi House, no sudoeste do país.

Na Grã-Bretanha, em muitos casos, bebês entregues para algum familiar. Especialistas acreditam, no entanto, que os resultados do tratamento de recuperação para mães e crianças são melhores quando eles são mantidos juntos.

As mulheres da Trevi House entrevistadas pela BBC seguem um plano rigoroso de reabilitação e não podem sair sem supervisão. As mães afirmam que, ao lado dos filhos, sentem ter mais chances de abandonar o vício.

Um exemplo é Louise (nome fictício), que se viciou em heroína durante a adolescência e viu seus primeiros filhos serem levados por assistentes sociais. “Quis me matar quando eles foram levados. Tentei várias vezes”, contou ela à BBC. Agora Louise afirma que só permanece no programa por estar com o filho. “Ter ele comigo é incrível.”

Hannah Shead, diretora-executiva da instituição, defende o método. “Cada mãe aqui fala que não conseguiria se recuperar sem o filho. Ela não conseguiria se concentrar no que ela precisa fazer.”

Leia a íntegra da reportagem.

  • Lidar com dependência química é complexo. Para ajudar pessoas que enfrentam o problema, a Unifesp mantém o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad). Lá é possível receber gratuitamente apoio multidisciplinar para lidar com a questão. Confira.