Biólogo defende a preservação da história e do verde do Itaim
Um projeto para catalogação e replantio de árvores, o restauro da casa Bandeirantista e a descoberta de vestígios arqueológicos de mais de 450 anos. Essas foram algumas das conquistas de um biólogo que vive no Itaim Bibi há mais de 60 anos e luta para preservar o verde e a memória de seu bairro.
Formado pela USP, o paulistano Helcias Bernardo de Pádua se especializou em estudar a água. Nada mais natural para quem nasceu perto de uma nascente na Vila Itororó, no Bairro da Liberdade e, com um ano de idade, se mudou para a beira de um córrego no Itaim.
Depois de trabalhar muitos anos na Cetesp, resolveu que era o momento de usar seus conhecimentos de biólogo para cuidar das árvores. Foi quando desenvolveu o projeto O Verde do Itaim Bibi.
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Com a ajuda dos integrantes do Grupo Memórias do Itaim Bibi, da subprefeitura e de professores da USP iniciou um processo de catalogação e replantio das árvores típicas da região. “O que a gente quer é identificar as espécies que tem a ver com o bairro, e replantar para que elas não estourem as calçadas”, explica Helcias.
Outro objetivo da ação é conscientizar jovens e crianças da importância dessas espécies para a história do Itaim e para a qualidade de vida de quem vive ou estuda na região atualmente.
Um grupo de professores e pesquisadores vai até as escolas públicas das redondezas falar sobre as diferentes espécies e sobre o papel de cada uma delas. Por fim, os alunos são levados num tour pelo bairro para ver na prática o que acabaram de aprender na teoria.
Depois de identificadas, as árvores recebem plaquinhas que no inicio eram fornecidas pela subprefeitura. Desde a criação do projeto já foram mais de 200 espécies catalogadas, mas para dar continuidade à ação Helcias está em busca de um novo patrocinador.
Uma grande conquista para O Verde do Itaim Bibi foi o apoio da empresa Brookfield Incorporações que possibilitou o restauro da Casa Bandeirantista e um levantamento arqueológico do terreno no seu entorno. Ali foram encontrados vestígios de presença indígena que datam de mais de 450 anos.
Ultimamente Helcias e o projeto O Verde do Itaim voltaram toda a sua energia para impedir a venda do quarteirão entre as ruas Lopes Neto, Cojubá, Salvador Cardoso e a Avenida Horácio Lopes. Além de ser uma das poucas áreas verdes restantes no bairro o terreno abriga uma creche, uma biblioteca, uma escola estadual, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e ainda uma unidade da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae- SP).