Boato espalhado pelo WhatsApp causa a morte de 7 pessoas
Infelizmente todos os dias circulam informações e correntes falsas pelo WhatsApp. Muita gente compartilha inocentemente ou sem parar para avaliar a veracidade e possíveis consequências de passar para frente uma informação que pode não ser verdadeira.
É muito importante ter cuidado, pois pessoas de má fé usam esse artifício para dar golpes e, em alguns casos espalhar boatos como se fossem reais pode ser perigoso e fatal. Foi o que aconteceu na Índia nesta semana.
Na última sexta-feira, 25, sete pessoas foram atacadas por moradores do estado de O Jharkhand, devido a rumores espalhados pelo WhatsApp de havia na região uma gangue sequestrando crianças.
Pessoas abordaram transeuntes, acusando-os de fazer parte da suposta quadrilha, mais de 500 pessoas se juntaram ao grupo que os atacou. Sete homens faleceram em decorrência de dois ataques diferentes, segundo o delegado, todos eram inocentes.
“Nenhum caso de sequestro de crianças foi relatado nesta área”, disse Shrikant Khotre, superintendente assistente da polícia em Ghatsila, segundo o New York Times.
Uttam Verma, de 31 anos, conseguiu escapar de um dos ataques, infelizmente seus irmãos estão entre as vítimas. Eles passavam de moto na aldeia de Nagadih quando se depararam com a estrada bloqueada por um cano e cercada por moradores armados com arcos, machados e espadas.
O grupo os acusou como os sequestradores da história que circulava nas mensagens. “As pessoas começaram a sair de suas casas, e a multidão não parava de aumentar”, contou ele ao jornal.
Uttam conseguiu ligar para sua casa e pedir ajuda. Seu outro irmão, Gangesh, veio para a região, mas a confusão continuou a aumentar, em parte porque a língua falada pelos habitantes da aldeia era diferente da que os irmãos Verma falavam.
Quando a polícia chegou, levou Uttam para a cadeia, graças a isso ele escapou, mas não ajudaram os outros irmãos. Segundo o superintendente da polícia local, Prashant Anand, apenas quatro policiais patrulham a área, e a multidão contava com mais de 500 pessoas.
Segundo o New York Times, Naithany, o delegado superintendente da região, considerou que a multidão matou intencionalmente os homens.
“Eles sabiam que estavam fazendo justiça com as próprias mãos e, em vez de denunciar aquelas pessoas à polícia, eles os mataram”, disse.
Naithany reconhece que a falta de educação formal foi um dos fatores que permitiu que isso acontecesse. “Como as pessoas não são educadas, elas não conseguem diferenciar entre uma notícia verdadeira e um boato”, comentou.
Segundo ele, 20 pessoas que participaram dos linchamentos foram presas sob acusações de assassinato, e os policiais responsáveis pelas delegacias mais próximas das regiões dos ataques foram suspensos por negligência.