Bolsonaristas fazem gesto religioso para presidente na porta do Alvorada
O gesto dos apoiadores foi a "imposição de mãos" e não uma saudação nazista como afirmamos anteriormente
Na última sexta-feira, 8, um grupo de bolsonaristas saudou o presidente de Jair Bolsonaro com o braço direito estendido. Apesar de parecer o gesto utilizado pelos nazistas para saudar a Adolf Hitler, os bolsonaristas faziam a “imposição de mãos”, comum entre religiosos para orar por uma pessoa. A informação foi confirmada pelo site de verificação Aos Fatos.
“O gesto retratado na imagem que tem circulado, reprodução de trecho de uma transmissão ao vivo feita pela CNN Brasil, é chamado de imposição de mãos. O objetivo do ato, de acordo com portais cristãos, é ‘abençoar, pedir a intercessão de Deus, pedir a cura de um doente ou a presença do Espírito Santo em alguma pessoa'”, afirmou o Aos Fatos.
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Por mais que o vídeo completo não esteja disponível, o site de verificação E-Farsas, que também fez uma checagem similar, publicou um vídeo que mostra o momento exato da transmissão da CNN Brasil em que o público começa a rezar por Bolsonaro.
O grupo negou que o aceno tenha qualquer referência ao nazismo e justifica dizendo que se tratava de uma oração.
O gesto nazista é proibido na Alemanha e quem o fizer nas ruas pode ser preso.
Apesar de se tratar de um gesto religioso, neste caso, as simbologias nazistas flertam com o governo Bolsonaro.
O próprio slogan da campanha presidencial –“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”– fazia referência direta a um bordão da Alemanha de Hitler: “Deutschland über alles” (“Alemanha acima de tudo”, em português). O trecho, inclusive, fazia parte do hino nacional alemão, mas foi suprimido ao final da 2ª Guerra Mundial.
Na semana passada, uma publicação nas redes sociais da Secom (Secretária de Comunicação da presidência) sobre o coronavírus usou a frase-símbolo dos campos de concentração nazistas “O trabalho liberta” (“Arbeit macht frei”, em alemão). A frase, inclusive, aparece no portão do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
Em janeiro, o ex-secretário nacional da Cultura Roberto Alvim fez um discurso sobre artes semelhante ao de ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.
A fala causou revolta da comunidade judaica e culminou com sua demissão.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro recebeu críticas do governo israelense ao dizer que os crimes do Holocausto são perdoáveis.