Bolsonaro chama de ‘idiota’ quem defende comprar feijão em vez de fuzil

O presidente tem o hábito de chamar de idiota quem discorda de seu governo

27/08/2021 14:55

Em conversa com um grupo de apoiadores saída do Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, 27, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou de idiota que defende a compra de feijão ao invés de fuzis.

“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse o presidente ao ser questionado por um apoiador se havia novidade para CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

Em conversa com apoiadores, Bolsonaro chamou de ‘idiota’ quem defende comprar feijão em vez de fuzil
Em conversa com apoiadores, Bolsonaro chamou de ‘idiota’ quem defende comprar feijão em vez de fuzil - Reprodução/Facebook

O vídeo com a declaração polêmica foi publicado por Bolsonaro em suas redes sociais, como de costume. O presidente tem o hábito de chamar de idiota quem discorda de seu governo. O ataque mais recente foi contra o Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em março, por exemplo, usou a palavra ao rebater às críticas pelo atraso na compra de vacinas contra covid-19.

A declaração de Bolsonaro repercutiu rapidamente. O assunto era um dos mais comentados no Twitter no início da tarde desta sexta-feira.

“Inacreditável, termos um elemento na presidência da República que sai dizendo estultices e idiotices como essa”, escreveu o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire.

Bolsonaro ainda questionou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre ou aumento da inflação. ” Não teve aumento de nada no meu governo”.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede inflação oficial do país, registrou alta de 0,96% em julho. O acumulado em 12 meses é de 8,99%. O percentual é o maior desde maio de 2016, quando foi registrado 9,32%.

Bolsonaro e as armas

Facilitar o acesso da população a armas e munições foi um dos pilares de Bolsonaro na campanha eleitoral em 2018. Desde que assumiu o governo, o presidente já editou uma série de decretos para viabilizar a medida. Em setembro de 2019, por exemplo, ele sancionou uma lei que ampliou a posse de arma dentro de propriedade rural.