Bolsonaro chama de ‘idiota’ quem defende comprar feijão em vez de fuzil
O presidente tem o hábito de chamar de idiota quem discorda de seu governo
Em conversa com um grupo de apoiadores saída do Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, 27, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou de idiota que defende a compra de feijão ao invés de fuzis.
“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse o presidente ao ser questionado por um apoiador se havia novidade para CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).
O vídeo com a declaração polêmica foi publicado por Bolsonaro em suas redes sociais, como de costume. O presidente tem o hábito de chamar de idiota quem discorda de seu governo. O ataque mais recente foi contra o Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Em março, por exemplo, usou a palavra ao rebater às críticas pelo atraso na compra de vacinas contra covid-19.
A declaração de Bolsonaro repercutiu rapidamente. O assunto era um dos mais comentados no Twitter no início da tarde desta sexta-feira.
“Inacreditável, termos um elemento na presidência da República que sai dizendo estultices e idiotices como essa”, escreveu o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire.
Bolsonaro ainda questionou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre ou aumento da inflação. ” Não teve aumento de nada no meu governo”.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede inflação oficial do país, registrou alta de 0,96% em julho. O acumulado em 12 meses é de 8,99%. O percentual é o maior desde maio de 2016, quando foi registrado 9,32%.
Bolsonaro e as armas
Facilitar o acesso da população a armas e munições foi um dos pilares de Bolsonaro na campanha eleitoral em 2018. Desde que assumiu o governo, o presidente já editou uma série de decretos para viabilizar a medida. Em setembro de 2019, por exemplo, ele sancionou uma lei que ampliou a posse de arma dentro de propriedade rural.