Bolsonaro diz que vai acabar com o ‘coitadismo’ das minorias
Segundo o candidato do PSL, as políticas afirmativas de inclusão reforçam o preconceito contra nordestinos, gays, negros e mulheres
A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) afirmou em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, que irá acabar com a política do “coitadismo” de nordestino, gay, negro e mulher. De acordo com o presidenciável, as políticas afirmativas de inclusão reforçam o preconceito contra as minorias.
“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse.
Na entrevista, o candidato afirmou que não perseguirá os governadores eleitos pelo PT ou outros partidos opositores, irá tratar ações do MST (Movimento Sem Terra) como terrorismo, e ainda voltou a falar sobre a matéria do WhatsApp publicada pela Folha de S. Paulo. “Primeiro, a matéria surgiu na Folha de S.Paulo, num jornal de sempre, num jornal que não tem qualquer compromisso com a verdade”.
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COITADISMO UMA OVA!
Abaixo, selecionamos algumas notícias publicadas na Catraca Livre ao longo dos anos que mostram por que Bolsonaro está, no mínimo, equivocado. Não se trata de “coitadismo”, trata-se de direitos inalienáveis à garantia do bem-estar social das minorias.
O não reconhecimento da “homofobia” como crime, a falta de políticas públicas que garantam ao negro condições de inclusão social, a disparidade do salário entre homens e mulheres e o preconceito com que são tratados os nordestinos quando procuram por melhores condições de vida em outras regiões do Brasil são só alguns dos exemplos.
Se você acha que isso é coitadismo, você não é nem gay, nem negro, nem mulher, nem nordestino. As minorias não são “coitadas”, mas sofrem um sem-número de agressões físicas e morais, a começar pela falta de direitos igualitários. Comece a enxergar um pouco fora de sua bolha.