Bolsonaro lamenta que Enem não foi ‘tão sua cara’ após pressão de servidores do Inep
O presidente deu a declaração se justificando para apoiadores
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou, nesta segunda-feira, 22, que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foi tão ‘a sua cara’ como ele gostaria. Ele deu as declarações durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
“Estão acusando aí o ministro Milton [Ribeiro, da Educação] de ter interferido na elaboração das provas. Olha, se ele tivesse essa capacidade e eu, não teria nenhuma questão de ideologia neste Enem agora, que teve ainda. Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores, você é obrigado a aproveitar isso aí. Agora, dá para mudar? Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente, com tal perfil. Não existe isso aí”, se justificou Bolsonaro para seus apoiadores.
O presidente não especificou qual seria essa “questão de ideologia” na prova.
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No início deste mês, 37 servidores pediram demissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão que elabora o Enem.
Segundo os funcionários, eles sofreram pressão psicológica e vigilância velada na formulação do Enem de 2021, com a presença até de policiais federais para que a escolha de questões polêmicas que incomodassem o governo Bolsonaro fossem evitadas.
Uma semana depois das demissões, Bolsonaro afirmou que o Enem “começa agora a ter a cara do governo”.
O Tribunal de Contas da União (TCU) foi acionado por parlamentares de oposição para que seja apurada a interferência do governo Bolsonaro no Inep.