Bolsonaro reage à declaração de Joaquim Barbosa de voto em Haddad
Na tréplica, o ex-presidente do STF diz que é falso o que o candidato à presidência pelo PSL vem disseminando sobre ele nas redes sociais
Após Joaquim Barbosa declarar seu voto em Fernando Haddad (PT), o candidato rival Jair Bolsonaro (PSL) reagiu nas redes sociais. O admirador do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra publicou em seu Twitter um vídeo em que mostra o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda afirmou que Barbosa disse que “só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção do mensalão”.
Na tréplica, o ex-magistrado desmentiu Bolsonaro, ressaltando que, desde 2014, “jamais emitiu opinião sobre a conhecida Ação Penal 470”. Barbosa ainda desautorizou o candidato a usar seu nome neste sentido. Ele frisou que, como o processo em questão envolvia líderes e presidentes de partidos, “jamais poderia” ter absolvido ou exonerado ou mesmo julgado o candidato do PSL.
Veja abaixo a ordem da discussão instaurada nas redes sociais:
Publicação de Bolsonaro
“Em suas redes sociais, Joaquim barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo.”
Publicações de Joaquim Barbosa
“Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral. Até a data de hoje eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação.”
“a manipulação foi reiterada em resposta ao exercício, por mim, da liberdade de dizer em quem vou votar amanha. Seguinte:”
“desde 2014 jamais emiti opinião sobre a conhecida Ação Penal 470. Mudei de atividade profissional. Virei a página. Mas vou esclarecer às pessoas sem conhecimento técnico o seguinte: 1) a AP 470 envolvia sobretudo líderes e presidentes de partidos.”
“Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí.”