Bolsonaro recorreu ao Itamaraty para resolver questão pessoal
Órgão entrou em contato com ex-companheira que havia viajado com filho do deputado em 2011
De acordo com telegramas, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) pressionou o Itamaraty como deputado federal em 2011 e recebeu o auxílio do órgão para solucionar um assunto pessoal relacionado a um de seus filhos.
O Itamaraty afirma em seu site que não pode “interferir em questões de direito privado, como direitos do consumidor ou questões familiares”. Porém, naquele ano, o órgão mobilizou seu setor consular na Noruega a pedido de Bolsonaro e foi atrás de uma mulher com quem ele havia tido um filho. As informações são da “Folha de S.Paulo”.
Ana Cristina Valle, mãe que tinha a guarda de Jair Renan, então com aproximadamente 12 anos, viajou com o menino para Oslo. Então, Bolsonaro ingressou com uma ação e pediu que o Itamaraty intercedesse em seu favor, já que estava inconformado com o embarque –que teria acontecido contra a sua vontade.
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Os telegramas foram obtidos por meio da Lei de Acesso e mostram que o presidenciável procurou a assessoria parlamentar do Itamaraty destinada a atender congressistas e esteve na Sere, unidade do ministério responsável pelo serviço consular. Ele teria pedido “gestão do Itamaraty para averiguar as condições em que estaria” seu filho, diz um dos trechos.
Segundo o telegrama, ele solicitou o telefone do embaixador em Oslo, Carlos Henrique Cardim, e sugeriu “um simples contato da embaixada” com alguém _provavelmente referindo-se à mãe de seu filho. Ela foi procurada pelo vice-cônsul em Oslo.
Cardim confirma ter sido procurado e diz que repassou contatos apenas a fim de obter informações sobre legislação.
Ana Cristina, hoje candidata a deputada federal sob o nome Cristina Bolsonaro (Pode-RJ), disse que seu marido foi procurado pelo serviço diplomático brasileiro para que ela voltasse ao Brasil.
A assessoria de Bolsonaro não comentou sobre o caso.
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