Bolsonaro recua sobre embaixada e abrirá escritório em Jerusalém
Presidente foi recepcionado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu; visita de Bolsonaro deve durar quatro dias
O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste domingo, 31, durante visita a Israel, a abertura de um escritório em Jerusalém para promoção do comércio, tecnologia e inovação, mas não mencionou a possibilidade de mudança de endereço da embaixada brasileira.
Bolsonaro já havia afirmado intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, assim como fez os Estados Unidos e a Guatemala.
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Tanto Bolsonaro quanto Netanyahu destacaram a assinatura de acordos em suas falas, relacionados a áreas como piscicultura, tecnologia, segurança e agricultura. Bolsonaro também agradeceu a ajuda enviada por Israel para o resgate de vítimas em Brumadinho (MG), onde o rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale deixou, no fim de janeiro, 216 mortos e até o momento 88 desaparecidos.
No Twitter, além de comunicar a decisão de abertura do escritório, Bolsonaro tomou posição na disputa entre judeus, cristãos e muçulmanos.
“Reconhecendo os vínculos históricos de Jerusalém com a identidade judaica e também que a cidade é o coração político do Estado de Israel, anunciei hoje que o Brasil abrirá lá um escritório brasileiro para promoção do comércio, investimentos e intercâmbio em inovação e tecnologia, escreveu Bolsonaro.
Entenda a polêmica
Existe tanta polêmica sobre a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém porque Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.
A disputa acontece porque a cidade abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos.
A comunidade internacional não tem consenso sobre o status de Jerusalém, se cidade é palestina ou israelense, por isso a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv.
Essa é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociações de paz na região, onde há um conflito histórico entre judeus (israelenses) e muçulmanos (palestinos).