Boris Casoy dá ‘bronca’ ao vivo em jornalista durante debate

Desemprego e segurança pública foram os temas mais abordados no encontro dos candidatos ao governo de São Paulo na RedeTV!

25/08/2018 12:33 / Atualizado em 05/05/2020 11:45

O mediador Boris Casoy interrompeu o jornalista após quebrar o protocolo
O mediador Boris Casoy interrompeu o jornalista após quebrar o protocolo - Reprodução / RedeTV!

RedeTV! fez um debate na noite desta sexta-feira, 24, entre os candidatos ao governo de São Paulo. Durante o encontro, o mediador Boris Casoy virou assunto nas redes sociais ao dar uma “bronca” ao vivo no jornalista Reinaldo Azevedo.

Durante uma das perguntas, o jornalista questionou Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) sobre alianças políticas: “O PSDB do candidato João Doria quer fazer uma CPI para investigar o seu governo, não obstante o senhor apoia o candidato Geraldo Alckmin à Presidência. O seu partido fez uma aliança informal com o PT, do ex-presidente Lula, se o senhor for eleito, quem o senhor vai procurar primeiro para compor o seu governo: o candidato João Doria ou o candidato Luiz Marinho?”.

Márcio França respondeu de forma direta e João Doria concordou com sua declaração:

“Esse dilema de ficar inimigo, de PT ou PSDB, já deu o que tinha que dar na minha opinião, e é possível você conciliar e produzir algum tipo de formação que junte as coisas melhores de cada lado. No meu partido, ao contrário do que você falou, Reinaldo, não por desinformação, mas um pedaço do partido ficou de um lado, o outro lado ficou de outro, e o partido decidiu não lançar candidato à Presidência da República. Aqui em São Paulo todo mundo sabe da minha posição, em função da proximidade, de ter sido escolhido pelo governador Alckmin para ser o seu sucessor, a minha lealdade com ele. Na minha visão, o governador Alckmin é a pessoa mais preparada para governar o Brasil e por isso eu o apoio.”

No entanto, após a resposta, Reinaldo Azevedo quebrou o protocolo do programa e disse: “Não é regra, mas eu quero um direito de esclarecimento. Governador, eu falei em aliança informal, portanto a minha observação está correta”. Neste momento, foi interrompido pelo mediador, que afirmou: “Não, não, não pode. Reinaldo, por favor. Vamos continuar. Está fora das regras do debate, Reinaldo”.

Assista na íntegra:

O “climão” virou assunto nas redes sociais. Veja a repercussão:

https://twitter.com/rerojass/status/1033332490893778949

https://twitter.com/EugenioValentim/status/1033168877264547841

https://twitter.com/BigTextao/status/1033167875392118785

O debate

Segurança pública e desemprego foram os temas mais discutidos durante o debate entre candidatos ao governo do estado de São Paulo, promovido pela RedeTV! na noite desta sexta-feira , 24. Realizado em parceria com a IstoÉ, o encontro foi mediado pelos jornalistas Amanda Klein, Boris Casoy e Mariana Godoy.

Além dos mediadores, o debate ainda contou com a participação de mais dois jornalistas da RedeTV!, Reinaldo Azevedo e Mauro Tagliaferri, além de Celso Masson e Germano Oliveira, da revista IstoÉ. Eles propuseram perguntas aos sete candidatos presentes: João Doria (PSDB), Luiz Marinho (PT), Marcelo Candido (PDT), o atual governador de São Paulo Márcio França (PSB), Paulo Skaf (MDB), Professora Lisete (PSOL) e Rodrigo Tavares (PRTB).

Segurança pública e desemprego foram temas abordados no debate
Segurança pública e desemprego foram temas abordados no debate - Divulgação/RedeTV!

Segurança pública em pauta

Estruturado em quatro blocos, o debate iniciou com o assunto mais discutido pelos internautas nas redes sociais: segurança pública. Para isso, os candidatos responderam, em um minuto, à pergunta: “Qual a sua proposta para enfrentar o crescimento das facções criminosas?”.

A Professora Lisete (PSOL) foi a primeira a responder. Ela defendeu maios investimento em operações de inteligência, por meio da recuperação do trabalho das polícias civis. E, como uma aspirante a ser a primeira mulher a assumir o governo de São Paulo, a candidata ainda defendeu um maior acolhimento das mulheres vítimas de violência.

Investir em inteligência e em delegacias da mulher também foi o que sugeriu João Doria, cujo partido, o PSDB, foi atacado por Luiz Marinho. O petista começou dizendo que é o candidato de Lula, figura que lidera as pesquisas de voto para a Presidência e afirmou que, para o fim das facções criminosas, irá combater o PSDB, responsável, segundo ele, por diversos acordos com esses grupos criminosos. Doria rebateu: “De crime organizado o PT entende”.

O atual governador de São Paulo, Márcio França, defendeu o investimento em tecnologia e nas polícias do Estado. Paulo Skaf também fez questão de ressaltar que essa também será uma das pautas primordiais se for candidato, já que sua vice é uma tenente-coronel. “Nada de saidinhas”, acrescentou sobre os indultos dos presidiários.

Marcelo Candido foi direto ao ponto. “O governo de São Paulo não pode se aliar com essas facções criminosas”. Ele defendeu também o investimento em educação e qualidade de vida aos jovens que têm sido facilmente cooptados pelo crime.

O candidato do PRTB, Rodrigo Tavares, foi o último a falar. Ele fez questão de dizer que está ao lado de Jair Bolsonaro em sua candidatura, e promete seguir a ideias do presidenciável, que lidera as pesquisas no cenário sem Lula.

Ainda no primeiro bloco, cada candidato teve que escolher envelopes que continham questionamentos da população.

Emprego foi foco no 2º bloco

No segundo bloco, os quatro jornalistas convidados fizeram rodadas de perguntas aos candidatos, que responderam a dois questionamentos cada um. O tema que dominou esta segunda parte foi a geração de emprego.

O jornalista Celso Masson foi o primeiro a tocar no assunto. Ele questionou Paulo Skaf sobre as transformações no mercado de trabalho. O candidato do MDB afirmou que o mundo vive a quarta revolução, e por isso a palavra-chave é adaptação da mão de obra para novos cenários, e terminou com um promessa: “Quero fazer de São Paulo o novo Vale do Silício brasileiro”. Marcelo Candido concordou com Skaf, mas acrescentou que esse tema envolve também uma reforma tributária, que estimule a economia criativa.

O assunto do desemprego foi retomado pelo jornalista Mauro Tagliaferri, que falou sobre a importância da retomada de obras públicas paradas como forma de fomentar a geração de empregos. Marcelo Candido afirmou que obras paradas representam mesmo prejuízo e disse que fiscalização é importante para tocar essas obras.

Com mais de 2 milhões de desempregados em São Paulo, Celso Masson julgou ser importante retomar o tema. Doria, então, foi escolhido para falar e afirmou que a desestatização de obras de infraestrutura é importante para a geração de empregos. Além disso, ele acrescentou que trará novos investidores internacionais para áreas robustas do estado de São Paulo, como o agronegócio.

Marcelo Candido, por outro lado, falou que a tecnologia é a linguagem dos jovens e é por meio dela que será possível inserir esse público no mercado de trabalho.

Em seguida, o jornalista Reinaldo Azevedo questionou Skaf sobre rumores de que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) seria utilizada pelo candidato do MDB como Lula usa a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Paulo Skaf discordou e disse que foi eleito e reeleito na federação por seu trabalho revolucionário na educação e no mercado de trabalho.

Durante o bloco também foi discutido sobre o papel da Fundação Casa. Rodrigo Tavares (PRTB), então, afirmou que a instituição deve agir com humanidade no tratamento dos menores e prover educação e emprego para os jovens menores de idade. A Professora Lisete foi mais direta ao assunto sobre o tratamento com os internos da antiga Febem. “A Fundação Casa é ainda um local em que se tortura adolescentes. E há candidatos, especialmente um, à presidência do Brasil, que disse que picaria o Estatuto da Criança e do Adolescente”, disparou a candidata em referência ao candidato do Jair Bolsonaro (PSL).

Trocas de farpas

Seguindo o modelo inovador implementado no debate entre presidenciáveis da RedeTV!, mais uma vez os candidatos ficaram frente a frente, no centro do estúdio, para discutirem suas propostas para a política. Com isso, o público pode analisar melhor a performance de cada aspirante ao governo paulista e observar suas reações diante dos questionamentos dos opositores.

No terceiro bloco, os candidatos fizeram questionamentos uns aos outros e aproveitam para se alfinetarem mutuamente. Paulo Skaf, por exemplo, retomou o tema da segurança pública e questionou Márcio França sobre o assunto. O atual governador de SP então falou sobre a importância de reforçar a autoestima dos policiais por meio de condecorações e rebateu a pergunta ao público: “Você que está em casa, você se sente mais seguro aqui ou no Rio de Janeiro? Que é governado pelo MDB, partido do Paulo Skaf. Você pensa bem. O Rio de Janeiro é um bom exemplo para São Paulo?”, questionou.

Depois foi a vez de a Professora Lisete atacar João Doria. “Você recebeu os professores de São Paulo com bombas e cassetetes. Como você tem coragem de bater em professor em manifestação?”, provocou. O candidato do PSDB, então, questionou os 30 anos de PT da professora e cutucou: “Quem é PT, vai ser sempre PT”. Ele ainda disse que o PSOL é quem aprova agressões, já que apoia os Black Blocs e as ocupações dos sem-teto.

A questão do desemprego também foi retomada no terceiro bloco, com o questionamento de Luiz Marinho a Marcelo Candido (PDT) sobre a reforma trabalhista. Candido defendeu uma reforma, mas diferente da promovida por Michel Temer. “Os trabalhadores vêm sofrendo uma reforma que lhes tira direitos e os coloca em uma situação de semi-escravidão”, afirmou o candidato. Já Luiz Marinho disse que, ao lado de Lula, revogará o conjunto de “maldades do governo Temer”.

Outra troca de farpas aconteceu entre Doria e Luiz Marinho. O candidato do PSDB disse que, enquanto o passado de Marinho o condena, o seu não. “Vocês são responsáveis pela taxa de desemprego do País. Vocês são responsáveis pela maior recessão econômica da história do País. Vocês são os que mais cometeram os maiores crimes contra o dinheiro público”, acusou Doria.

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