Brasileiros contestam embaixada alemã: “nazismo é de esquerda”
Na Alemanha, negar o Holocausto, exibir símbolos nazistas e fazer a saudação a Adolf Hitler é considerado crime
Em março deste ano, em entrevista ao jornal espanhol El País, o intelectual norte-americano Noam Chomsky foi enfático: “a desilusão com as estruturas institucionais levou a um ponto em que as pessoas já não acreditam nos fatos”.
Mais que uma reflexão sobre o atual cenário político nacional, a declaração expõe, à certa medida, o adoecimento de uma sociedade carente, sobretudo, de recursos educacionais. Capaz de fazer com que, em 2018, brasileiros chamem de “holofraude” o genocídio que provocou a morte de seis milhões de judeus entre 1933 e 1945.
Recentemente, um vídeo divulgado pela Embaixada da Alemanha no Brasil virou polêmica nas redes sociais. Feito para divulgar a história do país, o conteúdo destaca que os alemães “são ensinados a confrontar os horrores do Holocausto”. Além disso, mostra que a população não tem vergonha de falar sobre o passado nazista, principalmente para evitar que o erro se repita.
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Os alemães não escondem o seu passado. Saiba como se ensina história na Alemanha:#história #alemanha #museus #deutschland #passado #futuro pic.twitter.com/VuTWj1VA3A
— AlemanhanoBrasil (@Alemanha_BR) 5 de setembro de 2018
E ressalta que, ao contrário do que recentemente questionou-se entre os brasileiros, o nazismo é uma ideologia estritamente associada ao pensamento reacionário – para isso recorreu à citação do atual ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mass: “Devemos nos opor aos extremistas de direita, não devemos ignorar, temos que mostrar nossa cara contra neonazistas e antissemitas”.
Todo dia um 7 a 1 diferente
Entretanto, o conteúdo produzido pela embaixada logo provocou uma enxurrada de críticas por parte de militantes direitistas. Segundo eles, o nazismo não só seria um um movimento de esquerda – já que o partido se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – como argumentam que a centralização do poder exercida por Hitler se assemelha a ditadores como Fidel Castro.
Para além dos livro de história, houve até quem negasse a existência do massacre que matou seis milhões de judeus, referindo-se ao episódio como holofraude.
Em meio à polêmica e demonstrações de pouco conhecimento sobre o tema, a Embaixada da Alemanha rebateu a contestação categoricamente: “holocausto é um fato histórico, com provas e testemunhas que podem ser encontradas em muitos lugares da Europa”.
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