A cada 4 assassinatos em São Paulo, um foi cometido pela polícia (e você precisa saber disso)

26/04/2016 16:03

O Brasil vive um apartheid social e étnico e você precisa saber disso. Taxativa, a afirmação vai além de bandeiras políticas ou ideológicas, pois se apresenta por meio de números, pesquisas, levantamentos e fatos concretos que não deixam dúvida: no Brasil, o racismo se manifesta desde os tempos de colonização, do açoite na senzala ao extermínio na favela, por aqui nada mudou.

Sobre o tema, o jornal SPTV, da Rede Globo, divulgou um novo relatório a respeito da violência urbana que acomete o país: em São Paulo, uma em cada quatro pessoas assassinadas foi morta pela polícia.  Ainda de acordo com a apuração, que avaliou quatro mil boletins de ocorrência, mortes classificadas como confronto aumentaram 61% em 2015.

Chacina ocorrida no dia 13 de agosto de 2015 em Osasco, Barueri e Itapevi vitimou 19 pessoas após morte de policial militar na região
Chacina ocorrida no dia 13 de agosto de 2015 em Osasco, Barueri e Itapevi vitimou 19 pessoas após morte de policial militar na região

2015: bandido bom é bandido morto 

No ano passado, 412 pessoas foram mortas pela polícia na capital paulista em supostos confrontos – total de 26% dos 1.591 assassinatos registrados na cidade: recorde em comparação aos anos de 2014, 2013 e 2005 (24%, 16% e 5%, respectivamente).

Enquanto em toda cidade a média chega a uma morte policial a cada quatro assassinatos, em determinadas regiões a proporção diminui para uma em cada duas vítimas. Sobretudo na zona oeste da capital, em bairros como Butantã, Jaguaré e Jardim Arpoador, como apontam as informações da Lei de Acesso à informação e consultadas pelo jornal.

Mais números 

Ainda segundo informações coletadas pela reportagem, mortes classificadas como confronto entre suspeitos e policiais militares de folga aumentaram 61% em 2015. Ao todo foram 113 mortes, enquanto em 2014 registraram-se 70 casos. Neste caso, episódios que envolvem reação não constam na estatística apresentada.

Para chegar ao resultado divulgado, o cálculo se baseou no método utilizado pela Secretaria de Segurança Pública, que passou a registrar as mortes como “pessoas mortas por policiais militares de folga”. Confira a matéria na íntegra na página do portal G1.