Campanha #CarnavalSemAssédio leva debate a blocos e redes sociais

06/03/2017 17:55 / Atualizado em 21/02/2019 10:41

Foram 33 dias de campanha na luta por um #CarnavalSemAssédio. Neste período, entrevistamos garotas que foram vítimas de agressões em blocos, contamos histórias de marchinhas e sambas feitos especialmente contra os abusos cometidos com a “desculpa” da folia e promovemos um tuitaço em torno deste tema, que fez com que ele chegasse aos Trending Topics tanto de São Paulo quanto do Brasil.

Faixa da campanha no bloco Confraria do Pasmado, em São Paulo
Faixa da campanha no bloco Confraria do Pasmado, em São Paulo

Produzimos, em parceria com os coletivos “Agora é que são elas“, “Nós, Mulheres da Periferia” e “Vamos Juntas?” e  a revista “AzMina“, 40 textos em que mostramos um pouco da realidade e expusemos os problemas pelos quais passam as mulheres no Carnaval. Com ilustrações de Heloísa D’Ângelo, transformamos o relato de uma leitora do Catraca Livre em HQ, além de traduzirmos em imagens a diferença entre paquera e assédio.

Demos espaço também à publicação do ensaio “Quem dá a letra do seu Carnaval?”, com dez perfis de lideranças femininas que vivem da folia de Momo de fevereiro a fevereiro, produzidos pela revista “Gênero e Número” e pelo bloco Mulheres Rodadas.

Com o apoio voluntário de ao menos 49 blocos (veja a lista abaixo) de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além da entrega de adesivos com mensagens como “Não é não” e “Carnaval Não é Vale Tudo”, conseguimos ampliar em muito a mensagem da campanha.

Adesivos da campanha, que foram distribuídos nos blocos
Adesivos da campanha, que foram distribuídos nos blocos

Nas redes sociais, contamos com o reforço de Alessandra Negrini, Daniela Mercury, Eduardo Suplicy, Eles Por Elas, Evaristo Costa, Federico de Vito, Fernada Takai, Leandra Leal, Marcelo Tas, ONU Mulheres Brasil, Operações Rio, Paola Carosella, Paula Fernandes, Pitty, Maju Coutinho, Marcelo Freixo, Mídia Ninja, MC Carol, Sérgio Malheiros, Taís Araújo e Valesca Popozuda, além das Prefeituras de São Paulo, do Recife, de Salvador e do Governo do Distrito Federal.

Nos relógios de rua da cidade de São Paulo, a JCDecaux ajudou a espalhar as mensagens da ação, lembrando a todos da luta por um #CarnavalSemAssédio.

O Catraca Livre está satisfeito com a repercussão da campanha, iniciada no ano passado. Cumprimos nossa missão de comunicar para empoderar, tirando a cidadania do papel e transformando os brasileiros em protagonistas, mas ainda é muito pouco. Este tem de ser um tema que ultrapasse o Carnaval e se torne cotidiano, pois só assim conseguiremos inibir esse problema ainda naturalizado.

Para 2018, temos um outro compromisso: renovar as energias para continuar cobrando respeito. Até lá!

Abaixo, os 49 blocos que participaram da campanha #CarnavalSemAssédio:

Acadêmicos do Baixo Augusta
Agrada Gregos
BabyDoll de Nylon (DF)
Baiana System
Bangalafumenga
Besta é Tu
BregsNice
Bloco dos Afoxés
Bloco da Diversidade
Blocos dos Invertidos
Bloco RZO – Beat Loko
Bloco Sereianos
Cacique Jaraguá
Casa Comigo
Catuaba
Cerca Frango
Charanga do França
Chega Mais
Confraria do Pasmado
Daniela Mercury – Pipoca da Rainha
Desculpa Qualquer Coisa
Domingo Ela Não Vai
Exagerado
Holi Folia – O Bloco das Cores
Ilu Obá de Min
Jegue Elétrico
Kaya na Gandaya
Love FEST – Festival LGBT
Maracatu Bloco de Pedra
Me Fode que Eu Sou Produção
Meu santo é pop
Minhoqueens
Mulheres Rodadas (RJ)
Não Serve Mestre
Não Tô Bem, Não Tô Bem, 279
Nu Vuco Vuco
Os Buena Vista
Pagu
Pimentas do Reino
Pinga Ni Mim
Ritaleena
Rindo à Toa
Sargento Pimenta
Soviético
SP Beats – O Bloco do Eletrônico
Terreirada Cearense (RJ)
Viemos do Egyto
VaiQ
Zé Presidente