Campanha #naoecoincidencia questiona ausência de professores negros nas universidades

Campanha lançada pela Universidade Federal de Juiz de Fora questiona as consequências da segregação nas salas de aula brasileiras

Notícia divulgada no dia 13 de janeiro deste ano faz a seguinte constatação: “Pioneira em cotas raciais, UnB (Universidade de Brasília) tem menos de 2% de professores negros”. Desde que adotou o sistema de cotas, há 14 anos, o cenário de exclusão vivido nos corredores e salas de aula da instituição brasiliense reflete uma realidade do apartheid social vivido no Brasil.

Este panorama foi o que motivou outra universidade, desta vez em Juiz de Fora (MG), a botar o dedo na ferida com o lançamento da campanha #naoecoincidencia , que espalhou outdoors pela cidade, fazendo a seguinte pergunta: “Quantos professores negros você tem?”

A pergunta abre precedente para aquilo, que sem grandes rodeios, consiste numa das maiores problemáticas do processo histórico brasileiro: o racismo.

Docentes negros nas universidades e instituições federais não ultrapassam 7%

Desde que foi vigorada, em 9 de junho de 2014, a Lei Federal nª 12.990 tem como objetivo garantir à população negra 20% das vagas oferecidas em concursos públicos.

Por outro lado, números recentes, levantados pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, confirmam uma realidade pouco inclusiva. Da porcentagem prevista na lei, o número de aprovados não ultrapassa os 14%. E piora nos casos de universidades e institutos federais de ensino onde o percentual não supera os 7%.

Assista: Infográfico reflete questão racial no Brasil

De olho no tema em discussão, relembramos um material gráfico que discute a questão do racismo no Brasil, expressada em diferentes esferas da sociedade e suas diretas consequências. Confira:

Publicado por Catraca Livre em Sexta, 20 de novembro de 2015