Campanha promove ‘apitaço’ contra o assédio no carnaval de São Luis do Paraitinga

26/01/2016 11:33

Uma campanha que teve início nas redes sociais incentiva que as mulheres usem apitos para denunciar casos de assédio sexual no carnaval de São Luis do Paraitinga.

A iniciativa partiu da cantora Lia Marques, depois que ela presenciou uma garota que caminhava sozinha pelas ruas do centro sendo intimidada por um grupo de jovens durante o festival de marchinhas.

Depois que seu relato sobre o corrido foi compartilhado nas redes, Lia criou a campanha junto com outras duas amigas. No vídeo de apresentação publicado na página Apito Contra o Assédio, no Facebook, elas explicam como funciona a campanha:

“Nas ultimas festas, nós mulheres temos sofrido muito com o assédio, desde assobio até puxões de cabelos e mãos. Por isso criamos a campanha apito contra o assédio. A ideia é que as mulheres andem com o apito e ao sentirem uma situação desconfortável, apitem. Ao ouvir o som, vamos nos unir à pessoa que está apitando para deixar claro que isso não é legal.”

As organizadoras da campanha Apito contra o Assédio
As organizadoras da campanha Apito contra o Assédio

A campanha teve início no festival de marchinhas, realizado no último fim de semana na cidade, e já produziu efeito. “A gente distribuiu alguns apitos e já tivemos relatos positivos no fim de semana. Algumas meninas disseram que os caras fugiram assim que elas começaram a apitar. O barulho já afastou os caras”, disse Lia ao Catraca Livre.

Para ter apitos suficientes durante o carnaval, as organizadoras pediram apoio do comércio local e montaram uma campanha no Catarse para a compra de 1.536 apitos, mas elas recomendam que cada mulher leve o seu para garantir todas possam participar.

#CarnavalSemAssédio

Iniciativas como a de Lia podem parecer simples, mas ajudam no combate ao assédio e para a conscientizar a população. O Catraca Livre também está comprometido na luta contra o assédio e lançou este mês a campanha #CarnavalSemAssédio, idealizada em parceria com a revista AzMina, os movimentos #AgoraÉQueSãoElas e Vamos Juntas?, o Bloco Mulheres Rodadas, a advogada de direitos humanos Andrea Florence e a arquiteta e urbanista Marília Ferrari.

O objetivo é lutar contra a violência e o machismo, promovendo a discussão de que assédio é assédio em qualquer época do ano.

Você já viveu algum caso de abuso sexual durante a folia? Compartilhe a sua história nas redes sociais com a hashtag #CarnavalSemAssédio e ajude a quebrar o silêncio.

Catraca Livre lança essa campanha para que todos pulemos com mais alegria. Diversão, pouca roupa, bebida: nada disso é desculpa para investidas sem consentimento.Já passou por isso? Compartilhe sua história e participe da campanha #CarnavalSemAssédiohttp://bit.ly/1UdEVN5___Confira aqui a programação dos blocos de SP: http://bit.ly/1S7pQxi

Publicado por Catraca Livre em Quinta, 21 de janeiro de 2016