Carnaval do Rio de Janeiro: a diversidade venceu
Com Beija-Flor campeã, e Tuiuti vice, a maior festa popular do mundo mostrou que fervo também é luta
No Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, não foi só a Beija-Flor que levantou o troféu. Com enredos politizados e que trouxeram à luz temas muito importantes, a diversidade venceu.
Sob o enredo “Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu)”, a Beija-Flor levantou a Marquês de Sapucaí e mostrou que o Carnaval não é apenas para deixar os problemas de lado. Muito pelo contrário. A maior festa popular do mundo serviu de palanque para as mazelas sociais e de grito libertário para as minorias.
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“Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!”
(Trecho do samba da Beija-Flor)
O FENÔMENO TUIUTI
A Paraíso do Tuiuti foi, provavelmente, o maior destaque do ano. A escola foi campeã no Grupo de Acesso em 2016, e obteve a 12ª posição no Grupo Especial em 2017. Este ano, para surpresa de muitos, a novata da elite carioca ficou em segundo lugar, apenas um décimo atrás da agremiação de Nilópolis.
Sob o enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”, levou à avenida críticas contundentes, e não poupou nomes. Fez do presidente Michel Temer um vampirão usurpador, de sua comissão de frente uma verdadeira repulsa à escravidão no Brasil.
“Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação”
(Trecho do samba da Paraíso do Tuiuti)
- Veja a classificação completa:
1º Beija-Flor – 269,6 (CAMPEÃ)
2º Paraíso do Tuiuti – 269,5
3º Salgueiro – 269,5
4º Portela – 269,4
5º Mangueira – 269,3
6º Mocidade Independente de Padre Miguel – 269,3
7º Unidos da Tijuca – 269,1
8º Imperatriz – 268,8
9º Vila Isabel – 268,1
10º União da Ilha – 267,3
11º São Clemente – 266,9
12º Grande Rio – 266,8 (REBAIXADO)
13º Império Serrano – 265,6 (REBAIXADO)