Carta comovente de juiz para detentos de Joinville viraliza na web
“Um dia a liberdade virá”, disse em um trecho da mensagem de fim de ano
Uma carta escrita por João Marcos Buch, juiz da Vara de Execuções Penais de Joinville, Santa Catarina (SC), direcionada aos detentos da cidade catarinense, comoveu os internautas, que compartilharam o documento nas redes sociais, na última quarta-feira, 18.
Uma carta escrita por João Marcos Buch, juiz da Vara de Execuções Penais de Joinville, Santa Catarina (SC), direcionada aos detentos da cidade catarinense, comoveu os internautas, que compartilharam o documento nas redes sociais, na última quarta-feira, 18.
Na mensagem, Buch aplicou a empatia dizendo não saber como é, de fato, estar preso, mas que tem uma noção superficial do que os seres humanos passam ao visitar os corredores das prisões e ver “as marcas do desespero, do conflito, da dor rabiscadas nas paredes e estampadas nas faces”.
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O juiz ainda disse que concorda com as reivindicações dos presos, mas que nem sempre consegue colocar em prática tudo o que é necessário para que eles tenham uma vida minimamente razoável dentro das celas.
“As reivindicações que vocês me fazem são justas, baseiam-se na lei, como por exemplo acesso ao trabalho, ao estudo, diminuição da superlotação quando no Presídio. Então, neste momento o que eu tenho a lhes dizer é que tento no limite de minhas forças, junto com a equipe que comigo atua, fazer com que os prazos sejam cumpridos e que ninguém fique preso acima do que a sentença condenatória determinou”, completou.
João Marcos ainda fez um desabafo sobre como ele também é julgado: “A intolerância que atinge vocês que estão presos também é destinada a mim. Como juiz de execução penal sou taxado de defensor de bandido, sou olhado de canto de olho, sou hostilizado por parte da sociedade, cega em seus traumas, ódios e medos”.
Por fim, o juiz encerrou a mensagem dizendo que “um dia a liberdade virá”. “Quando esse dia chegar, eu desejo que vocês consigam retomar a vida em harmonia. E que a felicidade sorria”, finalizou.
Após saber da repercussão da carta, João Marcos se disse lisonjeado com os elogios que recebe.
“A carta que enviei aos detentos e detentas de Joinville chegou ao domínio público. Entre as mensagens de apoio, todas significativas, como um lindo presente de final de ano, recebi ligação do admirável Ministro Ayres Britto. O professor me cumprimentou, falando sobre direito e justiça, sobre vida. Sinto-me tão honrado que compartilharei a carta aqui. Ela foi entregue em todas as celas, sem exceção, nas mãos das 2.050 pessoas que estão presas”.