Casa da Morte vai se tornar Memorial da Verdade e Justiça

Objetivo é resgatar a história para que ela não se repita no futuro

Protesto pediu desapropriação da casa

O prefeito de Petrópolis anunciou, no início de setembro, que a desapropriação do imóvel conhecido como Casa da Morte, em Petrópolis, Rio de Janeiro, depende exclusivamente de verba federal. A intenção é criar um Memorial da Verdade e Justiça para resgatar a memória dos torturados e mortos do local durante a ditadura militar.

Ele seria o primeiro de uma rede nacional de centros de memória da ditadura. O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, reuniu-se com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e a deputada federal, Jandira Feghali, para estudar meios de conseguir R$ 1,2 milhão necessários para a desapropriação.

O Diário Oficial da cidade já publicou o decreto que torna o imóvel utilidade pública. A ideia é concluir o projeto até o final do ano. A verba deve ser conseguida via emendas parlamentares.

Casa da Morte

O centro de tortura foi montado pelo exército durante o regime militar. Na década de 70, diversos presos políticos capturados foram torturados e assassinados por militares. Ainda não é possível afirmar o número de vítimas de agentes da repressão, mas pelo menos 16 pessoas foram mortas no local.

A casa só foi descoberta depois do depoimento da única presa sobrevivente, Inês Etiene Romeu, que foi estuprada e torturada por mais de três meses e  jogada em uma rua do subúrbio do Rio de Janeiro, mas sobreviveu.

A casa era propriedade do empresário alemão Mario Lodders que cedeu a casa ao exército. O centro de tortura foi montado após ordem do então ministro do Exército Orlando Geisel. Os mortos da casa eram esquartejados e enterrados nas cercanias.