Caso Marielle: Justiça decreta prisão de mais dois suspeitos

Suspeitos são acusados de integrar milícia do ex-policial Orlando da Curicica

Na noite da última quinta-feira, 26, o 4º Tribunal do Júri do Rio decretou a prisão de mais dois suspeitos de ocuparem o veículo de onde partiram os tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março.

William da Silva  Sant’Anna, o William Negão e Renato Nascimento dos Santos, Renatinho Problema, foram citados em depoimento da testemunha do crime, que encontra-se sob proteção das autoridades. Na última terça-feira,  24, a mesma testemunha denunciou o ex-PM Alan de Morais Nogueira, acusado de matar a parlamentar.

Assim como na primeira acusação, os mandados contra William e Renato não foram expedidos pelos homicídios da vereadora e do motorista, mas por crimes relacionados a uma quadrilha de milicianos associada ao ex-policial Orlando de Araujo, o Orlando da Curicica – preso atualmente na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os acusados ainda não foram presos e já são considerados foragidos.

Vereadora Marielle Franco, do PSOL, foi morta a tiros dentro do carro no Rio de Janeiro

Testemunha trabalhava para milicianos e diz ter encontrado Marcello Siciliano 

Segundo apuração do jornal O Globo, a testemunha trabalhou para Orlando de Curirica e, por isso, possui informações sobre os assassinatos ocorridos em março deste ano. Sabendo do risco à própria vida, procurou amparo da Polícia Federal e foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da capital.

Desde então, a testemunha é peça fundamental para elucidar os crimes associados à milícia de Orlando. Além da morte de Marielle, presenciou um encontro entre Orlando, na época em liberdade, com o vereador Marcello Siciliano (PHS), em um restaurante no Recreio. Na ocasião, o vereador comentado sobre a vereadora. “Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Em seguida, num gesto agressivo, gritou: “Marielle, piranha do Freixo”.

Apesar das supostas provas, Siciliano nega conhecer Orlando de Curirica e ter encontrado com ele no restaurante citado. Já o advogado do ex-policial afirma que ele não teve qualquer participação no assassinato da vereadora.