Caso Varig: ex-funcionários entregam petição com 80 mil assinaturas a juiz
Ex-funcionários travam há 14 anos batalha na Justiça para verem atendidos seus direitos trabalhistas
Ex-funcionários da companhia aérea Varig fizeram um protesto no Rio de Janeiro, nesta
quarta-feira (25), para cobrar 14 anos de dívidas trabalhistas da empresa. Para simbolizar o
apelo, eles entregaram, digitalmente, uma petição com 80 mil assinaturas ao juiz Alexandre de
Carvalho Mesquita, da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
O ato, realizado na Praça dos Expedicionários, na região central da cidade, aconteceu
no mesmo dia em que foi a leilão uma das últimas grandes propriedades da empresa falida – o
centro de treinamento de pilotos na Ilha do Governador. O leilão terminou sem arremate e um
novo – com lance inicial de R$ 61 milhões – será realizado no dia 9 de dezembro.
Os ex-funcionários pedem que 80% do valor arrecadado seja rateado entre eles como
parte de seus direitos. “Eu tenho certeza que o nosso pedido é íntegro. É uma das últimas
propriedades da Varig que está indo a leilão, e a gente quer que 80% do valor que vier a ser
arrecadado seja convertido em pagamento de dívidas trabalhistas”, explica Luiz Motta, criador
do abaixo-assinado e ex-comissário de bordo da Varig, onde trabalhou por 27 anos.
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O grupo seguirá mobilizado por justiça ao que chama de “maior tragédia da aviação
brasileira” até a data do segundo leilão da Unidade Produtiva FAC – Flex Aviation Center, que
acontecerá às 15 horas do próximo dia 9, no Auditório de Leilões do Sindicato dos Leiloeiros do
Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Erasmo Braga, 227, sala 1.008.
Segundo Motta, uma das formas de mobilização será a continuidade da coleta de
assinaturas para a petição que seguirá aberta na plataforma Change.org. “Esse apoio está
sendo fundamental”, comenta sobre o apelo popular representado pelas 80 mil assinaturas já
reunidas. “Nós vamos continuar com o nosso abaixo-assinado, vamos continuar com mais
assinaturas”, acrescenta o ex-comissário de bordo da falida companhia aérea.
Luta por direitos
Mais de 13 mil ex-funcionários das empresas Varig, Rio Sul e Nordeste, entre
comissários de bordo e outros, lutam há 14 anos para conseguir na Justiça a garantia de seus
direitos trabalhistas. Desde a falência da empresa, atravessam inúmeras dificuldades
financeiras decorrentes da perda de seus empregos sem os devidos pagamentos.
Entre idas e vindas de tensões e expectativas, o ex-comissário de bordo Luiz Motta, que
trabalhou 27 anos na Varig, decidiu recorrer ao abaixo-assinado para chamar a atenção da
Justiça ao drama dos trabalhadores e para pressionar por um final justo à história.
“Vivemos até os dias de hoje uma luta árdua e injusta, pois recebemos, após muita luta
e exposição, um rateio por ano e isso veio a ocorrer somente nos anos de 2017, 2018 e 2019”,
destaca Motta no texto da petição popular que foi enviada ao juiz.
“Esperamos que, de fato, o Sr. nos ouça, pois enfrentamos as dificuldades de mercado,
a idade avançada e uma mão de obra especializada em um mercado que vem encolhendo
cada vez mais. Não nos deixe à míngua neste ano sofrido de 2020, uma vez que, infelizmente,
tem sido essa a sistemática adotada pela massa falida nesses últimos 3 anos”, finaliza.