Cesare Battisti é preso na Bolívia e será extraditado para Itália

Presidente Jair Bolsonaro e embaixador da Itália no Brasil comemoraram prisão do italiano

13/01/2019 09:18

O italiano Cesare Battisti, de 64 anos, cuja extradição foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de dezembro do ano passado e era considerado foragido, foi capturado na Bolívia neste sábado, 12.

De acordo com as autoridades da Itália, a detenção foi possível pela parceria entre investigadores italianos e bolivianos. Ele caminhava tranquilamente pela rua e usava uma barba falsa. As informações são da Agência Brasil e da da RAI, emissora pública de televisão da Itália.

O italiano Cesare Battisti, que estava foragido e foi preso na Bolívia
O italiano Cesare Battisti, que estava foragido e foi preso na Bolívia - Divulgação/Polícia da Itália

Battisti estava em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia, e foi capturado por volta das 17h deste sábado, 12. Segundo relatos, ele não tentou escapar. Questionado pelos policiais, respondeu em português. O italiano usava calça azul e camiseta, óculos escuros e barba falsa.

As autoridades avaliam se a extradição para a Itália será feita diretamente da Bolívia ou se Battisti será enviado para o Brasil e, depois, ser encaminhado para a Europa. Há uma aeronave do governo italiano com agentes da Aise, a agência de inteligência do país, aguardando orientações, em território boliviano.

Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro parabenizou os responsáveis pela prisão do italiano e aproveitou para dar uma cutucada no PT, dizendo que “finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideias de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)”.

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1084403702256070657

Antonio Bernardini, embaixador da Itália no Brasil, também comemorou a prisão: “Battisti está preso! A democracia é mais forte que o terrorismo!!”

Condenação

Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista.

No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.

O presidente Jair Bolsonaro, mesmo antes de empossado, defendia a extradição de Battisti. Nos últimos dias do governo Michel Temer, houve a decisão do STF. Após dias de buscas, a Polícia Federal divulgou 20 simulações sobre a possível aparência do italiano.