Chefe da ONU alerta: Humanidade está a um ‘erro de cálculo da aniquilação nuclear’

'Tivemos uma sorte extraordinária até agora', explicou António Guterres, secretário-geral da ONU

01/08/2022 19:48

A humanidade está a “um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, afirmou António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, 1º. Segundo ele, “desde o auge da Guerra Fria“, não enfrentávamos risco tão elevado.

Chefe da ONU alerta: Humanidade está a um ‘erro de cálculo da aniquilação nuclear’
Chefe da ONU alerta: Humanidade está a um ‘erro de cálculo da aniquilação nuclear’ - Istock/mesut zengin

“Tivemos uma sorte extraordinária até agora. Mas a sorte não é estratégia nem escudo para impedir que as tensões geopolíticas degenerem em conflito nuclear”, disse Guterres.

As declarações do secretário-geral da ONU foram feiras na abertura da conferência dos 191 países signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), tratado internacional que entrou em vigor em 1970 para impedir a propagação das armas nucleares. “Hoje, a humanidade está a um equívoco, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, advertiu, ao pedir ao mundo para “se desfazer de suas armas nucleares”.

A conferência era adiada desde 2020 devido à pandemia de Covid-19. Essa é a 10ª conferência de análise do TNP e será realiza até 26 de agosto na sede das Nações Unidas em Nova York.

Para Guterres, a reunião é uma “oportunidade para reforçar este tratado e adequá-lo ao mundo de hoje”. Ele ainda disse que espera que sejam adotados “novos compromissos” para reduzir o arsenal. “Eliminar as armas nucleares é a única garantia de que nunca serão utilizadas”, disse ele.

Guterres ainda anunciou que irá a Hiroshima fazer uma visita no aniversário do bombardeio nuclear. “Cerca de 13 mil armas nucleares estão nos arsenais do mundo em um momento em que os riscos de proliferação aumentam e as salvaguardas para prevenir esta escalada se enfraquecem”, afirmou.

Em janeiro, os cinco membros do Conselho de Segurança –Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, que são também potências nucleares–, se comprometeram a “prevenir o acesso e a disseminação” nuclear, antes da divulgação de um novo relatório da conferência, que está sob análise. Porém, na última conferência de análise, realizada em 2015, as partes não alcançaram um acordo.