Chefe da Secom recebe dinheiro de Band e Record, diz jornal
Questionado sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro apenas encerrou a entrevista coletiva
Reportagem dos jornalistas Fábio Fabrini e Julio Wiziack, da Folha de S.Paulo, revelou que o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten, recebeu, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e agências de publicidade que têm contrato com o governo de Jair Bolsonaro, como a Band e a Record.
Wajngarten começou a comandar a Secom em abril de 2019 e, desde então, também passou a ser o principal sócio da FW Comunicação e Marketing. A empresa oferece estudos de mídia para TVs e agências, como mapas de anunciantes do mercado. Além disso, verifica se peças publicitárias contratadas foram veiculadas. De acordo com a Receita e da Junta Comercial de São Paulo, Fabio é dono de 95% de cotas do negócio e tem sua mãe como sócia.
Já a Secom é responsável por distribuir a verba de propaganda do Planalto e também por ditar as regras para as contas dos demais órgãos federais. No ano passado, gastou R$ 197 milhões em campanhas.
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A reportagem ressaltou que a legislação vigente proíbe que integrantes da cúpula do governo mantenham negócios com pessoas físicas ou jurídicas que influenciem suas decisões. A prática configura conflito de interesses e até improbidade administrativa, sendo que o agente público envolvido pode ser demitido.
Em nota enviada ao jornal, o chefe da Secom declarou que deixou a função de administrador da empresa antes de tomar posse do atual cargo. Segundo ele, não há conflito de interesses em manter negócios com empresas que órgãos do governo têm contrato.
Questionado sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encerrou uma entrevista coletiva na porta do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. “Está encerrada essa coletiva”, disse ele