Cine B em cartaz nos lugares mais inusitados da cidade

Projeto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região fomenta o cinema nacional por meio de sessões gratuitas

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Exibição no bairro do Brás, Zona Norte de SP

A experiência de se assistir a uma obra cinematográfica em São Paulo tem mudado. O fechamento de tradicionais cinemas de rua e abertura de novas salas em Shopping Centers, são apenas dois dos diversos fatores que têm alterado a relação do grande público com a cultura do cinema. Está enganado quem pensa, porém, que essa experiência é bem sucedida somente quando abrigada sob um multiplex, com ar-condicionado e poltronas almofadadas. Hoje na maior metrópole do país, com mais de 250 salas – e ainda assim, escassa de opções para além da região central -, inusitados locais têm se transformado em bem frequentadas salas dedicadas à Sétima Arte.

Prova desse cenário é o Cine B, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que há quatro anos propõe a democratização do cinema nacional por meio de sessões gratuitas em universidades, espaços comunitários e onde mais houver público interessado. “Já realizamos exibições no corredor da galeria de lojas Borba Gato, em Santo Amaro, em um estacionamento da Rua Aurora, dentro de uma igreja católica e até debaixo do viaduto Maria Maluf”, enumera Cidálio Vieira, coordenador do projeto.

Sem ligação com partidos políticos, basta que a comunidade localizada na cidade de São Paulo ou região metropolitana entre em contato com os organizadores para que seja viabilizado o material de divulgação e todo o equipamento para as projeções. “Nós levamos toda a estrutura para a comunidade: panfletos, convites, sistema de som e faixas de divulgação, pipoqueiro, cadeiras, telão, tudo”, garante.

Quebrando preconceitos

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Espectadores no corredor da Galeria Borba Gato, em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo

Certa ausência de burocracia para a prática das sessões faz com que, por vezes o Cine B tenha de enfrentar velhos preconceitos. “A população acha inicialmente que se trata de um projeto eleitoral, aproximam-se com certa resistência, inclusive por serem exibidos filmes nacionais”, aponta.

Segundo Vieira, após a primeira sessão, composta por um curta seguido de um longa-metregem brasileiros, os preconceitos geralmente dão lugar ao interesse. “As pessoas que nunca assistiram a um filme brasileiro no cinema, depois que participam de uma sessão do Cine B passam a se interessar mais. Inclusive várias entidades que receberam as sessões do projeto, passaram a desenvolver atividades ligadas ao cinema, junto à comunidade”, afirma.

Prêmios e projetos

Há dois anos, a iniciativa celebra seu avanço por meio do “Prêmio Cine B do Cinema Brasileiro”, idealizado para prestigiar filmes, diretores e as comunidades, com coquetel especial e entrega de troféus para todos os envolvidos. A última edição teve como mestre de cerimônias o ator Caco Ciocler.

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Banners na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, no bairro de Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo

Neste ano, o projeto criou o “Selo Cine B do Cinema Brasileiro”, que tem como proposta, além de beneficiar o público interessado, também colaborar com a produção de novos filmes. Foi lançado um DVD contendo 5 curtas-metragens, escolhidos ao longo dos anos pelo público participante das exibições, que são vendidos por R$ 5 ao final de cada edição do projeto.

“Quando realizávamos uma sessão, o público pedia as cópias dos filmes exibidos. E você não encontra curta-metragem à venda no camelô, para baixar na internet e muito menos em videolocadora”, explica Vieira. Toda a renda é revertida aos diretores das obras.

Diante de um cenário em ritmo de mudanças, o Cine B apresenta números consideráveis. Até o final de 2011, com o apoio da Brazucah Produções, foram realizadas 200 edições do projeto, atingindo até final de 2011 cerca de 27.000 pessoas.

Cine B na sua quebrada

Por meio da fan page oficial no Facebook, o Cine B divulga as datas e locais das sessões. O público  interessado também pode acompanhar as novidades pelo blog: http://cineb.spbancarios.com.br.

Para saber mais informações de como receber uma sessão do projeto,  a comunidade deve entrar em contato por e-mail: cidalio@brazucah.com.br.

O agendamento de sessões do Cine B em universidades é realizado através do e-mail: blogcineb@brazucah.com.br.