Cineasta faz curta-metragem com  R$300

por Isabelle Claudel especial para o Catraca Livre

O cineasta capixaba Rodrigo Aragão fez parte do eclético grupo de produtores cinematográficos independentes que participaram neste mês de abril da segunda edição da mostra “Cinema de Bordas” do Itaú Cultural.

O curta-metragem de 17 minutos exibido no dia de abertura da mostra, leva o nome de “Chupa-Cabras” e conta a história de um homem, vítima de seqüestro, que se vê perdido em uma floresta e logo se depara com a presença de um monstro, um chupa-cabras. “Eu adoro monstros, zumbis e coisas gosmentas. É muito divertido produzir um filme de horror”, diz Rodrigo, filho de um ex-mágico que também foi dono de uma sala de cinema em Guarapari, no Espírito Santo.

Segundo ele, o filme “Chupa Cabras” foi realizado de forma totalmente despretensiosa. A filmagem que durou o tempo de um fim de semana em 2005, foi feita com uma câmera que lhe foi emprestada. O filme, todo em preto e branco e sem diálogos, custou apenas R$ 300.

Apesar de toda a simplicidade, foi com este curta-metragem que o morador de Perocão, uma pequena aldeia de pescadores em Guarapari, se tornou uma celebridade do cinema de horror. Ganhou uma série de prêmios em festivais e conquistou o público local. Com a disseminação pela Internet, chamou a atenção dos fãs de filmes de horror de todo o Brasil e se animou com o sucesso. “Resolvi me lançar na produção de outro filme chamado ‘Mangue Negro’, fiquei realmente entusiasmado”, conta ele.

De R$ 300 para R$ 100 mil
O jovem cineasta revela que a paixão pelas produções fantásticas começou quando ele ainda era uma criança. “Aos sete anos vi um documentário sobre um filme de George Lucas e fiquei fascinado com a quantidade de efeitos especiais. Comecei então a me pintar com chocolate e trigo para assustar as minhas tias e o pior é que dava certo!”, brinca ele. Aos 17 anos, começou a trabalhar como técnico de efeitos fazendo curtas-metragens e peças de teatro. Em seguida, se dedicou a um espetáculo chamado “Mausoleum”.“Neste espetáculo havia uma cena onde aparecia um capeta, ele era tão assustador que durante uma turnê em Belo Horizonte, 17 pessoas do público desmaiaram”, conta ele cheio de humor.

Atualmente, Rodrigo Aragão se prepara para trabalhar na transformação do curta-metragem “Chupa-Cabras” em um longa-metragem que deve estrear no início de 2011. O mesmo amigo empresário resolveu investir R$ 100 mil na produção que deve se chamar “A Noite do Chupa-Cabras”. Suas ambições não param por aí, Rodrigo sonha em transformar o seu monstro fetiche numa atração de terror para os parques de diversão.

“Chupa-Cabras” Parte I

“Chupa-Cabras” Parte II