Coach resgatado de expedição no Pico dos Marins será candidato à Presidência
Pros oficializou a pré-candidatura de Pablo Marçal para o cargo de presidente da República
O Pros (Partido Republicano da Ordem Social) anunciou a pré-candidatura do “coach messiânico” Pablo Marçal à Presidência da República no último sábado, 14. Marçal ganhou fama ao ser resgatado em uma expedição fracassada com 32 pessoas no Pico dos Marins (SP).
Os bombeiros que socorreram as 32 pessoas classificaram a expedição como a “pior ação já vista no Pico dos Marins”.
A operação de resgate no Pico do Marins para salvar o coach e seu grupo ocorreu no dia 6 de janeiro. Um guia afirma que alertou sobre o perigo, mas foi ignorado.
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“Na nossa subida ontem na montanha, a gente correu muito risco. Aí alguém me fala: ‘Mas pra que correr risco?’ Se você não quer correr risco, fica na sua casa assistindo os stories.”
Com as condições adversas e registrando tudo nas redes sociais, Marçal insistiu em subir o Pico, orando para que Deus parasse o vento. Ele tentou convencer as pessoas de que a expedição “era uma chance de crescimento”.
Os bombeiros acionados durante a madrugada, quando a temperatura estava baixa e barracas foram arrastadas pela ventania. Sob essas condições, há um alto risco de hipotermia.
“Não me lembro de nenhuma coisa que me propus fazer que não consegui fazer. ‘Pablo, uma hora você pode morrer.’ Qualquer hora a gente pode morrer, mas é terrível você não poder viver o que quer viver e fazer as coisas que precisa fazer”, disse ele em uma live.
Marçal: Coach e enroscos com a justiça
Hoje, o coach Pablo Marçal cobra R$ 2.997 por curso que promete crescimento de dez anos em um, mas sem certificado válido.
Em 2010, ele fez parte de uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos e chegou a ser condenado.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Marçal captava e-mails que seriam infectados com Cavalo de Troia (programas invasores) e fazia a manutenção dos computadores usados pelos criminosos.
Eles criaram sites falsos de bancos e enviava mensagens ameaçadoras em nome do Serasa. Assim, causaram prejuízos a diversas instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Na época em que participou do grupo, ele morava em Goiânia e tinha 18 anos. Em 2005, o bando foi descrito como a maior quadrilha de piratas da internet brasileira.
Segundo o portal Metrópoles, por ter se passado mais anos do que a sentença em trânsito em julgado, a pena extinta por prescrição retroativa em 2018.
Segundo denúncias anônimas feitas ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em janeiro de 2021, a empresa ligada ao coach, sediada em Barueri (SP), não seguia as restrições e medidas sanitárias durante a pandemia, como, por exemplo, o uso obrigatório de máscara.
Marçal é de Goiânia, mas mora em São Paulo com a família.