Colorado do Brás desfila com a 1ª madrinha trans do Carnaval de SP

Camila Prins fez sua estreia no grupo de elite do Carnaval de São Paulo

Após 25 anos no grupo de acesso, o desfile da escola Colorado do Brás falou sobre o mito de Dom Sebastião e trouxe Camila Prins, a primeira madrinha de bateria transexual do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo.

A escola foi a segunda a se apresentar na noite de sábado, 22, no Sambódromo do Anhembi. Com o enredo ‘Que Rei Sou Eu?’, que contou a história de Dom Sebastião, rei de Portugal que desapareceu após uma batalha no Marrocos, e as lendas e os mitos que foram criados sobre a esperança de retorno do monarca.

Camila já desfilou em outras escolas do grupo de acesso, mas essa foi a sua grande estreia no grupo de elite. Em sua conta no Instagram, ela compartilhou momentos dessa noite especial que deu visibilidade na avenida para um dos grupos mais violentados do país. Veja o que ela falou:

“Hoje eu só tenho que agradecer estas meninas maravilhosa @muriel_quixaba @izabelly_quixaba @yasmim_lagatta e grande mestre @allan_meira que fez o meu sonho ser realizado e toda família vermelho branco ❤️”.

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Hoje eu só tenho que agradecer estas meninas maravilhosa @muriel_quixaba @izabelly_quixaba @yasmim_lagatta e grande mestre @allan_meira que fez o meu sonho ser realizado e toda família vermelho branco ❤️#coloradodobras_oficial #bateriaritmoresponsa #madrinhadebateria2020 #camilaprins

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O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais em todo o mundo. Para ser ter uma ideia sobre a complexidade deste problema, a expectativa de vida de uma pessoa trans no país é de 35 anos.

Separamos abaixo algumas dicas sobre  o que não dizer para pessoas trans, afinal, todo temos o direito de ser respeitados. Confira:

O que não dizer a pessoas trans

“Você é bonito (a), nem parece ser trans”

Essa frase soa como ofensiva, pois não tem nada de errado em ser trans. São pessoas como todas as outras.

“Como era seu nome?”

Não digam isso, pois o nome que importa é aquele com o qual a pessoa se identifica, e o “nome de registro” faz pessoas trans não se sentirem bem, por não se identificarem com ele.

“Você fez a cirurgia?”

Nem todas as pessoas trans pretendem fazer a cirurgia e não é isso que determina seu gênero.

“Esse aqui é meu (minha) amigo (a) trans”

Ser trans é uma característica que diz respeito apenas à própria pessoa. Não há necessidade de apresentá-la como sua “amiga trans”, como se definisse sua personalidade.

“Travesti não é mulher”

As pessoas devem se referir às travestis com pronomes femininos, pois travesti é uma identidade feminina. Além disso, o uso do termo “o traveco” é ofensivo.

“Você nunca vai ser homem / mulher de verdade”

Quem define se é homem ou mulher é apenas a própria pessoa.

“Ah, você é trans…. então você é gay / lésbica, né?”

Identidade de gênero é completamente diferente de orientação sexual. Identidade de gênero é como a pessoa se identifica. Orientação sexual é o(s) gênero(s) pelo(s) qual(is) ela sente atração.

“Como você transa?”

Essa pergunta é totalmente inconveniente e diz respeito à intimidade de cada um! Você pergunta para uma pessoa cis como ela transa?

“Mas é homem que virou mulher ou mulher que virou homem?”

Ninguém vira nada, apenas somos.

“Você não tem medo de apanhar na rua?”

O medo de agressões é inevitável, pois o Brasil é o país que mais mata pessoas trans do mundo. Por isso é imprescindível lutar contra o preconceito e a violência contra essa população.