Com 54 mortes, Brasil tem ano mais violento no campo desde 2003

Com informações do Uol

O Brasil vive uma grande crise sob diferentes perspectivas: política, econômica, ética, social. E como diz o dito popular: nada é tão ruim que não possa piorar. Números divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que 2016 foi o mais violento no campo desde os últimos 13 anos. De janeiro a novembro 54 pessoas foram assassinadas – quatro a mais que ano passado.

Os números atuais retratam o cenário de um país banhado de sangue. Em Rondônia, Estado mais violento do país, 17 homicídios foram registrados de janeiro a novembro. Na posição seguinte, o Maranhão contabilizou 12 mortes, seguido do Pará, com seis. O levantamento ainda dá conta de assassinatos na Bahia (4), em Tocantins (3), Alagoas (2), Amazonas (2), Paraná (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1), Pernambuco (1), Rio de Janeiro (1) e Rio Grande do Sul (1).

Motivos do massacre

Ainda segundo a apuração, os principais motivos que levam a morte dezenas de pessoas no interior do brasil são conflitos por terra e água. Na mira dos assassinos, camponeses, posseiros, indígenas, líderes quilombolas, pequenos proprietários rurais, sindicalistas e funcionários públicos.

No estudo, a Pastoral chama atenção para três casos emblemáticos: os assassinatos da ativista Nilce de Souza Magalhães, em Porto Velho (RO), em 7 de janeiro; do quilombola conhecido como Zé Sapo, em Palmeirândia (MA), em 31 de março; e do indígena Clodioli Aquileu de Souza, em Caarapó (MS), em 14 de junho.

Caso Nicinha 

Uma das vítimas do massacre nos campos do Brasil, Nilce, popularmente conhecida como Nicinha, ganhou notoriedade ao expôr violações de direitos envolvendo a usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Desaparecida em 7 de janeiro, seu corpo foi encontrado cinco meses depois, dentro do lago de Jirau e amarrado a pedras.

Assista ao filme sobre o caso: Quem Matou Nicinha?