Com desfile engajado, Mangueira critica Bolsonaro e seus seguidores
A rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, representou Jesus mulher
Com o samba-enredo “A Verdade Vos Fará Livre”, a Mangueira fez um desfile engajado contra o fundamentalismo religioso em uma clara crítica ao governo do presidente Jair Bolsonaro na noite deste domingo, 23.
Terceira escola a entrar na Marques de Sapucaí, a Estação Primeira explorou as possíveis tensões e situações que Jesus sofreria se tivesse nascido no Brasil de hoje: preto, pobre, mulher, índio e LGBT.
Destaque para a comissão de frente, onde Jesus foi retratado em meio a violência policial contra negros e pobres nas favelas e para a rainha de bateria, Evelyn Bastos, que saiu de Jesus mulher. Com vestido roxo, acorrentada e com uma coroa de espinho, ela não sambou.
- Cientistas revelam possível causa para o surgimento do Parkinson
- São Caetano inaugura parque linear na Kennedy e entrega Cidade das Crianças revitalizada
- Viajar sozinha no Brasil: 3 lugares para uma experiência transformadora
- 8 cursos gratuitos sobre sustentabilidade e ESG
No carro abre-alas, o presidente de honra da Magueira Nelson Sargento e a cantora Alcione representaram José e Maria.
A ala “Bandido bom é bandido morto”, que faz uma crítica direta ao discurso da extrema-direita bolsonarista, retratando as principais vítimas da violência no Brasil: jovens pobres e negros.
“Favela, pega a visão. Não tem futuro sem partilha. Nem messias de arma na mão”, dizia um dos trecho do samba-enredo da Mangueira.
Repercussão
Nas redes sociais, internautas elogiaram o desfile da Mangueira, dizendo que foi um tapa na cara da hipocrisia.
“A Mangueira trouxe para a Avenida o Jesus da gente, do nosso Brasil. Seu enredo engajado e encantador é de encher os olhos. Viva a Estação Primeira!”, escreveu a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
“PQP! Que desfile é esse da #Mangueira gente! Um soco na cara dos hipócritas!
Jesus negro e pobre sendo “enquadrado” pela polícia!”, escreveu um internauta.
“O #bolsonaro já mandou tirar a #Mangueira da Liesa?!”, escreveu outro.
“Nem gosto de desfile, e muito menos dessas blasfêmias nas representações que fazem de Jesus. Mas a intenção da #Mangueira foi muito boa passando a mensagem que o amor de #Jesus é por TODOS, independente de qualquer coisa. Ok, gostei”.
Mas também houve quem criticasse o desfile da Mangueira.
“Já reparou que as pessoas que dizem que Jesus é mulher, é travesti e negro são as mesmas que não acreditam no cristianismo? Não sabem sequer, disfarçar a hipocrisia”.
https://twitter.com/tambem_tw/status/1231920551377211393
Esperando o dia que a #mangueira faça um samba enredo criticando os traficantes e a opressão que eles causam nas pessoas de bem que vivem na #favela! #Carnaval #acordaBRASIL