Comentário polêmico de Rachel Sheherazade pode render condenação

A Justiça tarda, mas não falha, diz o ditado. Mais de três anos após Rachel Sheherazade ter feito um de seus comentários absurdos no jornal do SBT Brasil, a Procuradoria Regional da República da 3ª Região (PRR3) defende na Justiça que a emissora se retrate pela fala da jornalista.

Na ocasião, Sheherazade comentou de forma positiva a ação de um grupo de “justiceiros” que agrediu a pauladas um adolescente e depois o prendeu nu a um poste com uma tranca de bicicleta, no Rio de Janeiro, em 2014. A Procuradoria entende que a jornalista defendeu a ação do grupo e que a emissora deve ser responsabilizada por exercício abusivo do direito de expressão.

A Procuradoria da 3ª Região defende no Tribunal Regional Federal da 3ª Regional (TRF-3) que o SBT seja condenado em segunda instância, contestando a decisão da 1ª instância que julgou improcedente a ação. Caso seja condenada, a emissora de Silvio Santos deverá veicular uma retratação em sua programação, além de pagar uma indenização de R$ 532 mil por danos morais coletivos.

• Rachel Sheherazade acusa Silvio Santos de assédio e censura, diz site
• Sheherazade é contratada pelo Metrópoles menos de 24h após sair do SBT
• Rachel Sheherazade diz que foi dispensada do SBT por e-mail
• SBT demite Roberto Cabrini após mais de 11 anos de casa

Para quem não lembra, Rachel Sheherazade disse no jornal que a ficha do adolescente “está mais suja do que pau de galinheiro”. E, segundo a procuradoria, defendeu a ação dos justiceiros: “O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E aos defensores dos Direitos Humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido!”, afirmou ela.

A Procuradoria alega que pessoas e grupos vulneráveis devem ser protegidos “seja por meio da liberdade de expressão e informação, seja em face dessa liberdade”. “Senão, o direito de manifestação, expressão e informação seria um direito absoluto, com potencial opressor em relação a todos quantos fossem injustamente atingidos”, informa a acusação.

Após várias polêmicas envolvendo os comentários cheios de preconceito e desinformação da jornalista, o SBT decidiu moderar a participação da apresentadora.

• Leia mais: