Comissão internacional rejeita liberação da caça às baleias

A proposta que tentou por fim à proibição é de autoria do Japão

Em parceria com ANDA
14/09/2018 12:35 / Atualizado em 05/05/2020 11:52

Foram 41 votos contrários, 27 a favor e 2 abstenções
Foram 41 votos contrários, 27 a favor e 2 abstenções - Pixabay

A Comissão Internacional da Baleia (CIB) rejeitou a proposta de liberação da caça a baleias em votação realizada na manhã desta sexta-feira, 14, em Florianópolis, Santa Catarina. Foram 41 votos contrários, 27 a favor e 2 abstenções.

Com a rejeição, fica mantida a moratória que, desde 1986, proíbe a caça às baleias. A proposta que tentou por fim à proibição é de autoria do Japão, país que mesmo com a restrição permanece praticando a caça. Isso porque o governo japonês utiliza um artigo da CIB que permite a pesca de animais para estudo científico e, sob o argumento de realização de pesquisa, captura cerca de mil baleias por ano entre o Pacífico e a Antártida. Para alterar o artigo que criou a convenção em 1946, impedindo que o Japão se utilize dele para matar esses animais, seria necessário convocar uma reunião diplomática para operar o tratado, o que não deve ser feito neste ano.

Atualmente, mesmo com a moratória, outros países além do Japão também realizam a caça. A de subsistência, que teve a liberação por parte da comissão para que mil baleias sejam mortas, é praticada por países como Rússia, Estados Unidos, Dinamarca (Groenlândia) e St. Vincent & Grenadines.

Já a caça denominada comercial é feita pela Noruega e Islândia. Esses países, provavelmente, permanecerão caçando baleias mesmo após a votação desta sexta-feira que manteve a moratória. Ainda assim, a decisão de manter a proibição da caça representa uma vitória para os direitos animais, já que impede que países que atualmente não praticam a caça passem a fazê-lo e que os que já o fazem intensifiquem as ações.

Maria Emilia Morete, fundadora do VIVA Baleias Golfinhos e Cia e pesquisadora associada ao Projeto Baleia Jubarte, que participou do evento promovido pela CIB na condição de “second observer” do Projeto Baleia Jubarte, comentou a votação que rejeitou a liberação da caça e também a aprovação da Declaração de Florianópolis, que reafirma a proibição da caça de baleias e defende o redirecionamento de recursos e prioridades da CIB para pesquisas, estudos de sustentabilidade e turismo de observação.

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