Como foi a entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional

Bolsonaro foi o primeiro a participar da série de entrevistas do telejornal com os presidenciáveis

Nesta segunda-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou a série de entrevista com os presidenciáveis feitas pelo Jornal Nacional, na TV Globo.

‘Pianinho’ com Bonner, Bolsonaro sobe o tom com Renata Vasconcellos

Como foi a entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional
Créditos: Reprodução/TVGlobo
Como foi a entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional

A entrevista começou com Bolsonaro sendo questionado por Bonner sobre a validade das eleições nas urnas, a qual o presidente diversas vezes questionou.

Bolsonaro argumentou que houveram denuncias em 2018.

“Vemos apoiadores seus defenderem medidas absolutamente anticonstitucionais como intervenção militar com Bolsonaro, fechamento do congresso. Uma frase muito comum de seus apoiadores é dizerem que o senhor autoriza, mas em momento nenhum o senhor desautoriza”, disse Bonner.

Pra mim isso faz parte da democracia, nao posso eu ameaçar fechar o congresso ou o supremo. isso é liberdade de expressão. AI 5 não existe, você querer punir alguem por levantar uma faixinha numa manifestação, isso não existe.

Bonner cobrou de Bolsonaro que ele respeite os resultados das eleições, sejam eles quais forem. Bolsonaro disse que ‘se as eleições forem limpas, ele respeita o resultado’.

Renata Vasconcellos questionou Bolsonaro sobre a pandemia. Disse que o presidente imitou pacientes com covid, desacreditou das vacinas, dentre outras manifestações contrarias ao combate sério a pandemia.

Em resposta, Bolsonaro disse que comprou milhões de vacinas. ‘Fizemos a nossa parte’, afirmou o presidente. O presidente ainda defendeu médicos que receitaram cloroquina, disse que a vacina transmitiria AIDS, levou 93 dias para responder a Pfizer sobre a compra de vacinas, suspendeu a contratação da Coronavac.

Bolsonaro justificou dizendo que “no contrato com a Pfizer dizia que ela não se responsabilizava por efeitos colaterais!.

Ele não se manifestou sobre ter dito que quem tomasse a vacina viraria jacaré. Bolsonaro ainda negou que tenha jogado contra o contrato com o Butantan para aquisição de doses da Coronavac.

Bolsonaro seguiu defendendo o uso de cloroquina.

Em seguida, Bonner mudou o tema da sabatina para economia.

Bolsonaro disse que os resultados da economia em seu governo ‘são sensacionais’.

“O auxilio emergencial fez com que pequenos municípios não colapsassem. Problemas nós tivemos, mas fui na Rússia negociar fertilizantes com Putin para garantir a próxima safra”, falou Bolsonaro.

Renata Vasconcellos questionou Bolsonaro sobre o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter dito para aproveitar a atenção da imprensa na pandemia para passar medidas que prejudicam a preservação ambiental e também questionou sobre os aumentos recordes de desmatamento na Amazônia.

Em resposta, Bolsonaro disse: “Eu tentei nos primeiros 2 anos de mandatos fazer a regulamentação fundiária, mas o congresso não ajudou. Mas agora porque não falamos da França que está pegando fogo há vários dias”.

Em 2018, você se apresentava como o candidato contra o centrão. Hoje, a verdade é que o centrão é a base do seu governo. Por que eleitores como aqueles que se sentem traídos pelo senhor, votariam no senhor agora?

Bolsonaro respondeu: ‘Você está me obrigando a ser ditador’. O presidente disse que “os países de centro fazem parte do governo para que possamos avançar em reformas”.

O presidente defendeu sua aliança com o centrão.

Bolsonaro também disse que quando ele dizia que não era do centrão era porque naquela época, centrão não existia.

“Como assim, presidente?”, respondeu Bonner incrédulo.

Questionado por Renata sobre qual a dificuldade de escolher um ministro da Educação, já que no governo de Bolsonaro foram cinco diferentes.

O presidente responde que “as pessoas só se revelam quando chegam”.

Bolsonaro disse que com a saída de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Publica, a Polícia Federal melhorou muito. A declaração sobre seu desafeto político foi ainda justificando as trocas constantes de ministros em seu governo.