Complete o tanque: Amanhã a gasolina ficará quase 20% ainda mais cara
Entenda por que o aumento é uma escolha do governo e poderia ser evitado
A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira que vai elevar o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. O aumento nos preços será diretamente nas distribuidoras e começará a valer já a partir de amanhã, sexta-feira, 11.
Como o reajuste para o consumidor depende do revendedor final, o aumento pode começar amanhã, mesmo, ou esperar mais uns dias até que se esgote o combustível já em estoque.
Nas distribuidoras, o preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. O diesel aumentará de R$ 3,61 a R$ 4,51, alta de 24,9% e o gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%.
O governo Bolsonaro justifica o aumento dos preços na elevação do valor do barril de petróleo no mercado internacional, que ultrapassou a marca de US$ 130 (R$ 656, na cotação de hoje) nos últimos dias. O aumento se dá pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Quando a Petrobrás anunciou o último aumento, em 11 de janeiro, o barril de petróleo estava cotado em cerca de US$ 83 (R$ 419).
Entenda por que o aumento é uma escolha do governo e poderia ser evitado
Desde outubro de 2016, quando o então governo de Michel Temer (MDB) resolveu implementar o Preço de Paridade de Importação (PPI), a fim de atender uma demanda dos importadores de derivados de petróleo, os preços dos combustíveis dispararam nos postos de distribuição do país.
O PPI é formado pelas cotações internacionais da gasolina, diesel, gás, etc., adicionado aos custos que importadores teriam, como frete marítimo, perda, seguro, imposto da marinha mercante (quando aplicáveis), taxa de câmbio, mais parcela fixa ao custo estimados do frete rodoviários, mais a parcela fixa equivalente ao custo estimados do armazenamento e movimentação do terminal.
Os países que não são produtores de petróleo têm que importar derivados. Eles não têm alternativa. Eles têm que utilizar o PPI, mas esse não é o caso do Brasil.
Esta política faz os preços praticados pela Petrobras dependerem, fundamentalmente, dos preços do óleo, dos derivados e da taxa de câmbio. Ou seja, o preço do botijão aqui no Brasil depende também da cotação do dólar.
Com o dólar nas alturas, a disparada dos preços que seguem essa política foi exponencial. Segundo dados do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo, até março deste 2021, o preço da gasolina cresceu 73,3%, o diesel aumentou 54,8% e o gás de cozinha subiu 192%, enquanto nesse mesmo período, a inflação medida foi de 17,7%.
Sem uma política de preços favorável, os aumentos continuarão.