Concurso público é denunciado por conter alternativas racistas
Prova aplicada no último dia 15, em Morrinhos (GO), gerou revolta entre os candidatos e virou caso de polícia
No último dia 15 de janeiro, Hélio de Araújo saiu de sua casa em Morrinhos (GO) para fazer uma prova de concurso público da prefeitura local. O que ele, entretanto, não esperava era lidar com um episódio polêmico envolvendo uma das perguntas.
Uma das questões, ao associar a interpretação de um texto bíblico, utilizou frases com insultos racistas em suas alternativas. As respostas traziam frases como “negro deitado é um porco, de pé é um toco” ou ainda “negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu”.
Candidato ao cargo de fiscal de posturas, Hélio disputava uma das 200 vagas em meio aos três mil candidatos presentes no dia da proa. Em entrevista ao G1, ele comentou sobre o fato, que considerou “uma coisa muito discriminatória” – e acrescentou: “Algumas pessoas riram, fazendo chacota na hora que viram a questão, outros tomaram dores e faziam sinais negativos de que a aquela pergunta era inadequada”. Após terminar a prova, o candidato denunciou o caso à polícia, que investiga o ocorrido.
- Exposição ‘Presépios de Hilda Breda’ está disponível até 11/01 em São Bernardo
- 5 praias baratas no Sudeste para curtir com pouco dinheiro
- Como não cair no golpe do falso Uber no aeroporto de Guarulhos
- Estudo revela como alimentos podem combater a perda de memória
- Em boca fechada não entra racismo: 13 expressões para não falar
- 5 propagandas acusadas de racismo que empresas deveriam lembrar
- Saiba como agir em caso de racismo
Segundo os organizadores, a questão teve como embasamento uma passagem em que o filho de Noé, Canaã, é condenado à escravidão. Com base neste texto, a questão perguntou qual seria o provérbio racista que representava o trecho da Bíblia.
Entre as opções, “negro só tem de gente os dentes” era a alternativa correta, seguida pelas demais: “negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu”; “negro quando não suja na entrada, suja na saída”; “negro deitado é um porco, e de pé um toco”.
Ainda na reportagem divulgada pelo G1, o representante da empresa responsável pelo concurso, Apolônio Nunes de Oliveira, argumentou que a questão teve o objetivo de provocar uma discussão sobre o tema.”A ideia que a banca teve ao colocar esta questão foi de que isto chamava a discussão do preconceito, da origem do preconceito. Eu quero defender com toda nossa garra, com toda nossa força, que jamais teve o intuito de ofender ninguém”, disse.
A Prefeitura de Morrinhos disse que cobrou da empresa responsável pelo concurso explicações sobre a prova, e que ainda não foi notificada pela Polícia Civil para prestar esclarecimentos. Confira a matéria completa.