A riqueza da cultura peruana vai muito além do legado deixado pelos Incas. Está em cartaz na Galeria de Arte do Sesi, em São Paulo, desde a última sexta-feira, 19, a exposição Paracas, Tesouros Inéditos do Peru Antigo, que mostra com 84 peças da civilização desenvolvida entre os anos 700 a.c e 100 d.c.

A mostra reúne trabalhos de cerâmica, armas, objetos pessoais e, sobretudo, tecidos usados por este povo nos rituais funerários. Isso porque um dos aspectos mais marcantes dos paracas é o culto aos mortos, que eram enterrados envoltos a diversos tipos de panos como forma de elevar a alma.

Precursores

A mostra apresenta 46 peças de tecidos paracas trazidos diretamente do Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru. O grande legado dos paracas para a indústria peruana está no setor têxtil: eles foram os primeiros povos pré-colombianos a misturar o algodão com os pêlos dos animais camelídeos – entre eles a lhama, a vicunha, a alpaca e o guanaco – típicos da região. Alguns destes correm o risco de extinguir. O trabalho da estamparia também é usado atém hoje em túnicas e ponchos andinos. Todos os tecidos estão dispostos na horizontal para que suas fibras – que datam mais de 2 mil anos – não se desgastem.