Contra desvio de R$ 425 milhões, MPL volta às ruas para exigir transporte público e de qualidade

Segundo grupo, os desvios podem chegar a R$ 5 bilhões

05/08/2013 16:53 / Atualizado em 04/05/2020 12:03

Depois de convocar atos contra o aumento das tarifas, que resultaram em protestos que pararam o país nos últimos dois meses, o Movimento Passe Livre vai às ruas novamente no dia 14, em local e horário a ser definido.

Chega de Sufoco: MPL volta às ruas
Chega de Sufoco: MPL volta às ruas

O grupo chama a população para protestar contra o cartel que atuou nos contratos e licitações dos metrôs e trens do Estado de São Paulo e por um transporte público e de qualidade.

No dia 6, os organizadores irão lançar uma carta aberta à população detalhando os motivos da manifestação.

O grupo pede que o transporte público não pode ser tratado unicamente como fonte de lucro: “O sufoco que passamos todo dia no trem e metrô é consequência de um sistema organizado não em função das demandas de seus trabalhadores e usuários, mas sim do bolso de uns poucos políticos e empresários. Não podemos ficar calados diante de mais essa evidência que a gestão do transporte coletivo em São Paulo serve aos interesses privados e não as necessidades da população.”, diz o texto publicado pelo MPL.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto também organizam o protesto.

Entenda o caso

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Ministério Público (MP), que investigam o caso, pelo menos R$ 425 milhões teriam sido desviados no esquema. Segundo o MPL, a passagem custaria R$ 0,90 centavos, caso esse dinheiro tivesse sido investido corretamente.

Dessa vez, o alvo dos manifestantes são os contratos do metrô e trens do Governo do Estado de SP
Dessa vez, o alvo dos manifestantes são os contratos do metrô e trens do Governo do Estado de SP

Porém, os organizadores do ato denunciam que a corrupção pode ser ainda maior, com mais de R$ 5 bilhões desviados nos contratos com a empresa Alstom.

A revista Isto É fez uma matéria sobre o caso, após os executivos da Siemens denunciarem o esquema na Europa. A Folha de S. Paulo também publicou uma reportagem.

No site do Metrô também é possível verificar os custos dos contratos com a Alstom.