Convergências para o futuro

A sociedade do futuro é aquela em que vamos aprender em qualquer lugar e com qualquer pessoa

É possível que Philippe Bertrand seja um dos personagens mais exóticos da publicidade brasileira -uma atividade em que, verdade seja dita, não faltam indivíduos exóticos. Seguidor do guru indiano Naga Babas, cuja seita prega que se medite pelado na natureza em busca da iluminação, ele já chegou a morar numa árvore sagrada em Goa, onde foi aprender magia.

Em janeiro passado, ele participou de uma festividade no rio Ganges à procura do “néctar da imortalidade” -a festa ocorre a cada 12 anos e reúne gurus em escala planetária.

Ele aproveitou para colocar seu guru na internet, chamado para responder a perguntas pelo Twitter. “Pensei num projeto de convergência espiritual-digital”, orgulha-se. “Não queria guardar só para mim essa experiência.” O personagem é singular, mas o que mais interessa nessa história é o novo padrão do ensino e do trabalho -e, no final, a nova forma de ganhar dinheiro.

Conheci Bertrand, ex-aluno da ESPM, durante um encontro realizado na DM9, quando assisti a uma exposição sobre seu novo programa de treinamento. Um dos pontos era que os funcionários seriam convidados a compartilhar com o público sua experiência.

Não havia ali nada de espiritualizado -os únicos sinais eram as ofertas gratuitas, também no horário de trabalho, de ioga e massagem. O presidente da empresa, Sérgio Valente, deixou claro que, com esse tipo de ação, queria obter mais contas e prêmios. “Preciso que vocês não parem de aprender”, pedia.

Quanto mais uma empresa almeja liderança, mais tem de saber tirar proveito das ideias de tipos como Philippe, capazes de fazer as mais diversas convergências -esse é um consenso entre as pessoas do universo corporativo.

Leia a coluna na íntegra publicada na Folha de S. Paulo aqui