Criadora do grupo contra Bolsonaro: ‘Sou uma sequestrada digital’

"Estou com uma mordaça virtual, sinto-me como uma sequestrada sendo torturada a assistir o desenrolar do grupo sem poder nos defender"

Ludmilla Teixeira: “Sequestrada Digital”

A publicitária baiana Ludimilla Teixeira criou o maior fenômeno da internet nestas eleições: o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” atingiu 2 milhões de seguidoras.

Foi acusada de uma fraude: comprar uma página antiga – Gina Indelicada – para ganhar rapidamente seguidores. Logo se viu que era uma fake news: o grupo foi criado em 20 de agosto. Diante do crescimento, ela passou a receber xingamentos e ameaças de violência. A página foi hackeada porque entraram em seu email, que continua contaminado. Daí que, aconselhada pelo Facebook, não pode ser administradora. Nem entrar no grupo que ela própria criou.

Ela faz esse desabafo: “Sou uma sequestrada digital.E estou com muito medo”. O medo cresceu depois que ela soube que uma das envolvidos no grupo, exposta pelos hackers, recebeu uma pedrada.

Veja abaixo seu depoimento:

“Em 30/08/2018 criei um grupo no Facebook com o objetivo de ser espaço de debate político e social exclusivo para as mulheres e repudiar a candidatura do ‘Inominável’, sem maiores pretensões de chegar a quantidade de ‘membras’ que chegou, em 15 dias chegamos a 2 milhões! Mas o que parecia uma grande oportunidade de aprofundarmos politicamente nossos anseios e medos do pleito eleitoral, virou um verdadeiro pesadelo em nossas vidas. Estão invadindo nossas contas pessoais na internet, hackeando desde o nosso WhatsApp ao Hotmail, o meu número pessoal de telefone foi resgatado em outra cidade que nunca nem coloquei os pés… Isso tudo gera uma revolta! Não posso fazer parte do grupo que eu mesma criei, porque minhas ideias incomodam! Minha conta pessoal do Hotmail está sequestrada e eu não consigo alterar a senha, como o login do Facebook é feito com este e-mail, foi preferível desativar meu perfil com minha anuência para evitar novos ataques ao grupo. Estou com uma mordaça virtual, sinto-me como uma sequestrada sendo torturada a assistir o desenrolar do grupo sem poder participar ou defende-lo de novos ataques, não posso acessar minhas próprias contas da rede social, porque não mais possuo as senhas, que são trocadas constantemente por alguém que eu não faça ideia de quem seja, seria muito bom se o Hotmail pudesse nos ajudar a resolver esse problema”.