Criança de 11 anos é assassinada pela GCM em SP

Em entrevista à rádio Estadão, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que considera a ação da Guarda Civil Metropolitana equivocada

Na manhã do último domingo, 26, um menino de 11 anos foi assassinado por guardas civis metropolitanos em Guaianazes, zona leste da cidade, em perseguição. Informações apuradas pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) afirmam que a criança estava em carro próximo ao local do crime.

O menor teria sido abandonado no banco de trás por outros dois homens que conseguiram fugir. De acordo ainda com o Condepe, o caso foi registrado no 49º Distrito Policial (São Mateus) e o inquérito instaurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Por meio de sua assessoria, a Prefeitura de São Paulo informou que “imediatamente ordenou apuração rigorosa do ocorrido e afastamento dos agentes da Guarda Civil Metropolitana envolvidos, até que se esclareçam os fatos”.

Na manhã desta segunda, 27, Fernando Haddad afirmou em entrevista à Rádio Estadão, que considera equivocada a ação dos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Automóvel onde menino de 11 anos foi atingido por guardas civis metropolitanos

Advogado acredita em homicídio e questiona assalto

Segundo interpretação do advogado Ariel de Castro Alves, membro do Condepe, o afastamento dos agentes indica que ocorreu homicídio: “

Em entrevista ao porta G1, o magistrado comentou: “Se houve afastamento de guardas há indícios de que ocorreu homicídio. O motoqueiro, possivelmente um vigilante noturno, que tinha acionado os guardas não foi encontrado. Não tem testemunha de que essas pessoas estavam assaltando.”

Ainda de acordo com a sua tese, o caso foi deve ser considerado homicídio doloso (quando há intenção de matar), já que nenhum tiro atingiu a lataria ou os pneus do carro. O tiro desferido tinha como alvo a cabeça das pessoas perseguidas, sendo que um deles atingiu a criança de 11 anos.

“Ele não estará mais na caminha dele”, afirma mãe de criança assassinada

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a ajudante de cozinha Orlanda Correia Silva lamentou a morte do filho, que segundo ela nunca havia se envolvido com qualquer delito, apesar de algumas más companhias que o acompanhavam nos últimos tempos.

“Não acordei ainda, não estou acreditando. Vou sentir que ele morreu depois, que ele não vai estar mais na caminha dele. Saio cinco da manhã de casa e não sei o que acontece depois”, reflete ela que soube da morte do filho no trabalho.