Crivella pede desculpas por ofensas a religiões e homossexuais
Há 17 anos, o senador e candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), publicou o livro “Evangelizando a África”, em que conta, dentre outras coisas, sobre os 10 anos em que morou no continente do outro lado do Atlântico.
Na publicação, Crivella fez pesadas críticas a praticamente todas as religiões, apresentadas como “diabólicas”, e classificou a homossexualidade de “conduta maligna” e de “terrível mal”. Isso gerou bastante revolta de instituições religiosas, movimentos LGBT e, claro, das redes sociais.
Seu adversário na disputa pela prefeitura do Rio, Marcelo Freixo (PSOL) comentou o livro no Facebook, pedindo um basta à intolerância religiosa e ao preconceito. “A cidade precisa ser democrática, respeitar a diversidade e os direitos de todas e todos!” (veja a publicação do Freixo aqui). Já o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) fez um post no Facebook sobre o caso, e afirmou que poucas vezes na vida viu reunidas tantas ofensas gratuitas e barbaridades (leia o texto do deputado aqui).
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Após a repercussão negativa de seu próprio livro, Crivella se viu na obrigação de dar uma desculpa à imprensa. E deu. De acordo com publicação do jornal O Globo, o candidato disse amar “os católicos, espíritas, evangélicos e a todos” e pediu perdão caso os tenha ofendido “alguma vez”. Crivella afirmou que o pedido também vale “em relação à homossexualidade”. No texto, o senador diz que o livro foi escrito “há décadas” quando ele vivia na África, “num ambiente de guerras, superstição e feitiçaria”.
Fato é que o pedido de perdão ocorre 17 anos depois do lançamento da edição do livro em inglês, em 1999. Na época, Crivella tinha 42 anos de idade. Ou seja, já sabia o que falava, não é mesmo?
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA
“O livro foi escrito há décadas em inglês e Zulu quando eu vivia na África num ambiente de guerras, superstição e feitiçaria. As poucas referências ao catolicismo foram equivocadas e extremistas feitas por um jovem missionário, cujo zelo imaturo da fé, levou a cometer esse lamentável erro.
Isso infelizmente ocorre.
Lembro que os próprios discípulos São João e São Tiago, conforme o que está escrito na Bíblia, quando jovens, também na imaturidade da fé, ao serem rejeitados na aldeia Samaritana, pediram a Cristo para que orassem e rogassem a Deus que enviasse fogo do céu e destruísse os impenitentes. Claro que Cristo os repreendeu. (Lucas 9:54) Mas isso não impediu que na idade madura, São João viesse a se tornar o Apóstolo do Amor. Amo os católicos, espíritas, evangélicos e a todos. Se alguma vez os ofendi, peço perdão. O mesmo em relação à homossexualidade.
Repito, infelizmente, na imaturidade da fé, mas sinceramente pensando em ajudar movidos pela convicção equivocada de um dogma religioso, ofendemos sem intenção a quem amamos. Há 15 anos no Senado Federal sou um intransigente defensor da tolerância, da liberdade, da dignidade da pessoa humana. Erros cometidos no passado, há muito corrigidos pela maturidade do presente, só confirmam o que disse antes: sou candidato a prefeito, não a perfeito.
Perfeito só Deus!”
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