Crivella usa fake news para tentar manter censura a livros
Prefeitura do Rio de Janeiro usa livro que não estava à venda na Bienal do Rio em embargado no STF
A Prefeitura do Rio de Janeiro usou uma Fake News no recurso contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender a apreensão de obras na Bienal Internacional do Livro, que terminou neste domingo, 8.

No documento de 13 páginas, a Procuradoria Geral do Município incluiu como “conteúdos impróprios” para crianças e adolescentes o livro português de cunho satírico para adultos “As Gémeas Marotas”, de Brick Duna, pseudônimo de um autor desconhecido.
A obra, segundo a organização da Bienal, não foi exposta nem vendida durante o evento.
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No embargo, as reproduções das páginas do livro estão em português de Portugal. Uma das imagens em que ele aparece exposto mostra, inclusive, o preço de um cartão-postal em euro.
Além de “As Gêmeas Marotas”, no documento assinado pelo procurador-geral do município, Marcelo Silva Moreira Marques, e pelo subprocurador-geral, Paulo Maurício Fernandes Rocha, também inclui uma página da HQ “Vingadores – Cruzada das Crianças”, em que dois super-heróis homens se beijam —este, sim, vendido na feira.

Segundo a decisão de Dias Toffoli, a imagem do beijo gay não afronta o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, e, portanto, não justifica que as obras sejam lacradas e recolhidas.
O recursos da prefeitura do Rio diz ainda que o município “não discrimina nada e nem ninguém, frontalmente, de modo oculto, sureptício ou de qualquer maneira” e justifica que “conteúdos impróprios a menores deveriam ser colocados à venda com observância à legislação em vigor”.