Cuba faz festa para receber médicos que atuavam no Brasil
Profissionais atendiam pelo programa brasileiro "Mais Médicos"
O governo cubano fez uma recepção festiva aos primeiros médicos que retornaram do Brasil. O grupo faz parte dos mais de 8 mil profissionais do país caribenho que atuavam no programa Mais Médicos, atendendo a população carente de localidades remotas do Brasil.
Segundo a emissora estatal TV Cuba, esse primeiro grupo que desembarcou em Havana era formado por 196 médicos, que estavam no Brasil havia três anos.
“Ratificamos a decisão de não seguir participando do programa Mais Médicos, no Brasil, devido às manifestações servis deste lacaio do império, o novo presidente eleito do Brasil, que não tem conhecimento nem preparo para ser presidente desse país e que não se interessa pela saúde do povo brasileiro. Nós entregamos o melhor — disse José Ángel Véliz à reportagem local.
Os médicos foram recebidos pela vice-ministra de Saúde Pública, Regla Angulo Pardo, que elogiou os profissionais cubanos e agradeceu pelo apoio dos brasileiros. “Não continuamos no programa Mais Médicos, mas reconhecemos a maneira com que o povo brasileiro sempre tratou a nossos médicos com humildade”, afirmou.
O retorno dos médicos cubanos foi uma decisão de Cuba depois das “declarações ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro, que questionar a preparação dos especialistas e condicionou a permanência deles, mediante a aplicação do Revalida – um exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior.
Além disso, Bolsonaro acusava Cuba de tratar os médicos como escravos, já que Cuba ficava com 70% do salário deles, a título de doação.
Para preencher as vagas deixadas pelos cubanos, o Ministério da Saúde anunciou que vai lançar um edital nos próximos dias para profissionais brasileiros que queiram integrar o programa Mais Médicos.
“Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior”, diz a nota encaminhada à imprensa. Também foi informado que o governo federal está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contavam com profissionais de Cuba.