Curso gratuito visa educar professores sobre o estupro infantil

Professoras e professores têm um papel central na vida da criança: eles passam mais horas diárias com elas do que sua própria família, e estão ali para digerir conflitos e sanar dúvidas sobre temas que muitas vezes acabam extrapolando o conteúdo da aula. Daí a importância de instrumentalizar esses profissionais para lidar com problemas sociais dos mais diversos. A violência infantil é um deles. Mais especificamente, o estupro infantil.

Com esse pensamento, a Revista AZ Mina, uma plataforma colaborativa idealizada e produzida por mulheres, acaba de lançar um setor educativo. O primeiro e importante feito da nova ferramenta é o curso “O professor como peça-chave na prevenção do abuso sexual”, desenvolvido com o apoio da ONU Mulheres e da ONG Childhood.

Um estudo recente indica que o Brasil é um dos piores países sul-americanos para ser menina.

O curso é composto por dois módulos: o primeiro, “o(a) professor(a) como chave no combate do abuso infantil” tratando especificamente de como prevenir, detectar e auxiliar casos suspeitos de abuso; e o segundo, “A educação para erradicar a cultura do estupro”, visando auxiliar o professor no combate de questões e conceitos tratados com uma normatividade que perpetua comportamentos machistas e sexistas. A duração aproximada é de dois meses (um por módulo), sendo uma aula por semana. O curso é prioritariamente destinado a professores e professoras de crianças entre 7 e 12 anos, mas outros profissionais que lidam com crianças em sua rotina também podem participar.

A proposta é capacitar educadores para informar, orientar e sensibilizar as crianças em relação ao assunto, não só como apoio e acolhida aos pequenos, mas principalmente no que toca às denúncias e medidas efetivas de erradicação do problema. “Queremos espalhar essa semente a multiplicadores que certamente podem fazer a diferença na vida presente e futura de nossas crianças”, explica o texto descritivo do curso.

A proposta da formação é sensibilizar educadores que podem fazer a diferença na vida presenta e futura das crianças.

O curso não tem valor de inscrição, e oferece 100 vagas para professores da Rede pública e privada de Ensino. As inscrições já estão abertas até o preenchimento das vagas, e o curso oferece certificado de participação ao final. Os interessados devem preencher um formulário online indicando os motivos pelos quais deseja participar da formação. Clique aqui para se inscrever.

A condição da infância no Brasil, sobretudo para meninas, é alarmante. Um estudo recente indica que o Brasil é um dos piores países sul-americanos para ser menina. Clique aqui para ler a matéria que o Catraquinha publicou sobre o assunto. Para se aprofundar na reflexão sobre o assunto, leia a reportagem que a Revista produziu sobre os abusos sexuais sofridos por crianças quilombolas em Goiás.

“De todos os abusos sofridos pelos kalungas do Goiás, um em particular deixa a comunidade em carne viva: os silenciosos casos de violência sexual contra meninas com idade entre 5 e 14 anos.”

Clique aqui para ler na íntegra.