David Miranda se manifesta sobre movimentações suspeitas em sua conta
'A única ilegalidade existente é a praticada por aqueles que vazam informações para prejudicar minha reputação em retaliação as reportagens do Intercept'
O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) se manifestou sobre as movimentações suspeitas em sua conta reveladas pelo Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e enviadas em relatório para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
O Coaf apontou movimentações atípicas de R$ 2,5 milhões na conta bancaria do deputado. O relatório que revela as informações da conta bancaria do parlamentar foi enviado ao Ministério Público dias depois de o site The Intercept Brasil começar a divulgar mensagens comprometedoras da Lava-Jato. As informações foram obtidas pelo jornal ‘O Globo’.
Em nota, David Miranda afirma que soube do processo aberto no MP-RJ, nego irregularidades e criticou o vazamento das informações já que tudo corria em segredo de justiça.
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“Há duas semanas, soube por meio de matéria jornalística que havia um procedimento aberto pelo MP-RJ que investigava minhas movimentações financeiras, procedimento que supostamente corria em segredo de justiça. No mesmo consta movimentação de R$ 1,3 mi em minha conta bancária. Quando o MP se refere a movimentação financeira, soma entrada e saída em conta bancária — o que induz à percepção de que o dinheiro que passou pela conta foi o dobro do que realmente a conta movimentou” afirmou David Miranda.
Segundo o deputado “o relatório enviado pelo COAF ao MP-RJ — dois dias depois que meu marido, o jornalista Glenn Greenwald, deu início à publicação da série de reportagens com revelações sobre a Lava Jato — mostra uma quantia totalmente compatível com a renda de nossa família. Desde o início da Vaza Jato, esperávamos este nível de retaliação e desinformação deliberada”, disse.
David Miranda explicou a origem de seu dinheiro. “Para além da renda de parlamentar, possuo sociedade com meu marido em uma empresa com projetos importantes. O salário anual do Glenn — como co-fundador e jornalista investigativo do portal The Intercept e da Intercept Brasil — é informação pública, porque essas empresas são ONGs. Qualquer jornalista pode compará-lo com os valores reportados pelo COAF para constatar a compatibilidade óbvia. Além disso, seus projetos — dos quais participei como parceiro — incluem livros que figuram nas listas dos mais vendidos do mundo, filmes e palestras”, salientou.
“Na semana passada, o juiz negou o pedido do MP-RJ para quebrar meu sigilo bancário, para que eu pudesse enviar os documentos que demonstram a origem dessa renda. Nossos advogados estão fazendo exatamente isso para cumprir a ordem do juiz. A única ilegalidade existente é a praticada por aqueles que vazam essas informações para prejudicar minha reputação como retaliação pelas reportagens do Intercept. Estou aguardando a citação da justiça para explicar detalhadamente meus rendimentos”, ressaltou e concluiu David Miranda.